Fundado em 1903, o Museu Julio de Castilhos - instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) -, o primeiro museu criado no Brasil Republicano, vem passando por transformações significativas nos últimos dois anos. As conquistas vêm no bojo das entregas realizadas pela Sedac. A Secretaria de Estado da Cultura tem recebido investimentos para o setor desde o início do governo Eduardo Leite, em 2019. Recentemente, o governador aumentou o limite global para fomento ao setor de R$ 41 milhões em 2020 para R$ 56 milhões, em 2021.

O Museu Julio pega carona neste momento ímpar da secretaria refundada em 2019. Tem dedicado, por exemplo, atenção especial ao cuidado com o acervo, que conta com 397 peças tombadas como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Além das ações de qualificação dos espaços de guarda do acervo, um lote de 13 peças será restaurado até o final de agosto, a cargo da restauradora Adriane Machado e de Ricardo Toldo.
Serão restauradas fotopinturas de Julio de Castilhos e da família (Ateliê Calegari), duas telas de Lucíolo de Albuquerque, pintor que produziu diversas obras sob encomenda para o governador Borges de Medeiros entre 1898 e 1928, e nove bustos em gesso de vultos históricos como José Bonifácio, Duque de Caxias, General Osório e Borges de Medeiros.

Os últimos restauros ocorridos no acervo do museu foram das telas “Carga de Cavalaria”, de Guilherme Litran, realizado no Museu de Arte do RS (Margs), “A prisão de Tiradentes”, de Dakir Parreiras, e “D. Pedro II”, de Antônio Cândido de Menezes - restauradas no Museu de Belas Artes, no Rio de Janeiro, entre 1998 e 2009.

A museóloga e diretora do Museu Julio, Doris Couto, enfatiza a importância do restauro. ”Atuar sobre os problemas de cada peça do acervo, de modo a mantê-las em condições adequadas de conservação, pesquisa e exposição é obrigação do museu. A partir do momento em que recebe qualquer acervo, é uma prática que deve se tornar rotina”, afirma a diretora. Doris também comemora o fato de que este é o primeiro lote de restauro e, ainda este ano, deve licitar um segundo conjunto de peças.

Doris esclarece, ainda, que ter o acervo em condições de expor é um ato de cuidado com cada peça e também de respeito ao público que as encontrará em excelentes condições de apresentação e, portanto, de fruição, de formação de repertório, sem a interferência dos danos causados pelo tempo.

Obras serão encaminhadas para restauro nesta terça-feira

As obras seguirão para o atelier de restauro, em Porto Alegre, nesta terça-feira (16/06), às 15h, e devem retornar ao museu até o final de agosto.

O assessor especial de Memória e Patrimônio da Sedac, Eduardo Hahn, menciona que as peças apresentam problemas de sujidade generalizada, ataques de insetos xilófagos, fissuras, partes quebradas ou desestabilização da base cromática. Hahn lembra que “desta forma, acompanhado da execução de outras ações de recuperação da estrutura física do Museu Julio, a Sedac tem demonstrado o seu comprometimento com a preservação dos elementos de representação da história e da cultura do Rio Grande do Sul”. 

"Estamos investindo no macro e nos detalhes", afirma a secretária da Cultura, Beatriz Araujo. "Queremos disponibilizar aos usuários uma rede cultural pública qualificada, em condições de se equiparar a instituições de referência no País".