Com obras de Shostakovich e Stravinsky, concerto da OSPA ecoa a Rússia do século 20
Os convidados da semana são o maestro argentino Luis Gorelik e a violoncelista brasileira Marina Martins
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A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), apresentará no próximo sábado (14) às 17h, dois dos maiores nomes da música russa do século 20, no concerto intitulado “Pétrouchka”, que acontecerá na Casa da OSPA. Na primeira parte, a OSPA dedicar-se-á a Dmitri Shostakovich e seu segundo concerto para violoncelo, contando com a participação da solista Marina Martins; na segunda parte, será a vez de Igor Stravinsky e seu polêmico balé, “Pétrouchka”. O maestro argentino Luis Gorelik comandará a OSPA nessa apresentação, e os ingressos estão à venda pela Sympla, com valores entre R$ 10 e R$ 50. Além disso, a apresentação incluirá uma homenagem ao centenário do curso de Medicina Veterinária da UFRGS.
Além da tradicional transmissão ao vivo do concerto às 17h, a OSPA também exibirá a palestra "Notas de Concerto" às 16h. Ambas as transmissões ocorrerão no sábado, no canal do YouTube da OSPA. Nesta edição, o escritor Milton Ribeiro comentará o repertório do dia na Sala de Recitais da Casa da OSPA. Segundo Ribeiro, o "Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126" apresenta uma alternância entre "passagens de grande tristeza e trechos bizarros e danças fantásticas". Já a obra "Pétrouchka", embora complexa para qualquer orquestra, é deliciosa de se ouvir, com seus diversos e atraentes temas.
Na sua primeira apresentação com a OSPA, a jovem Marina Martins, uma brasileira radicada na Suíça, interpretará o solo do "Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126" de Dmitri Shostakovich (1906-1975). Na época da sua estreia em 1966, o compositor desfrutava de uma boa relação com o regime soviético. No entanto, alguns críticos veem na natureza taciturna da obra o reflexo de um desespero contido, resultado de uma vida sob a opressão do governo. Marina explica que a obra é "extremamente impactante e densa, exigindo uma enorme concentração de todos os músicos e deixando o público sem fôlego". De acordo com a artista, "o segundo concerto de Shostakovich para violoncelo não é tão popular quanto o primeiro, mas é muito mais profundo emocionalmente e envolve mais diálogos entre o solista e a orquestra".
Após o intervalo, a OSPA apresentará "Pétrouchka", um dos célebres balés escritos por Igor Stravinsky (1882-1971) para a companhia Ballets Russes, de Sergei Diaghilev. A obra foi estreada em 1911 e contou com a participação do famoso bailarino Vaslav Nijínski, que interpretou um boneco típico russo que ganhava vida na história. Com o passar do tempo, a radicalidade da obra foi assimilada pelo público, que a adotou como uma das favoritas nas salas de concerto ao redor do mundo. Neste sábado, a OSPA apresentará a versão reduzida da obra, datada de 1947.
Luis Gorelik (regente – ARG)
Nascido em La Plata, Argentina, em 1963, Luis Gorelik formou-se com Pedro I. Calderón na Argentina e com Mendi Rodán em Israel, onde se graduou com distinção na Academia Rubin de Música de Jerusalém. Desde 2010, é diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Entre Ríos. Entre 2016 e 2018, foi diretor artístico da Orquestra Nacional “Juan de Dios Filiberto”. Iniciou sua carreira em 1985 como maestro titular da Orquestra Filarmônica de Mendoza. Em 1988, radicou-se em Israel, onde cursou pós-graduação e foi convidado a reger as principais orquestras do país, como a Filarmônica de Israel, Sinfônica de Jerusalém e Sinfonietta Beer Sheva. Em 2000, foi nomeado maestro titular da Orquestra Sinfônica de Concepción, no Chile, cargo que ocupou por sete temporadas. É regularmente convidado para as temporadas do Teatro Colón de Buenos Aires e da Orquestra Sinfônica Nacional da Argentina. Como regente de ópera e balé, atuou no Theatro Municipal de São Paulo, Teatro Nacional da Sérvia, Ópera Báltica de Gdansk (Polônia), Teatro Estatal de Saarbrucken (Alemanha), Teatro Municipal de Santiago do Chile, SODRE (Uruguai) e outros. Regente da Sinfônica Nacional da Islândia, Orquestra Filarmônica da UNAM, Sinfônica do Estado do México, Sinfônica Nacional da Macedônia, entre outras. É professor titular de Regência Orquestral da UNA (Universidade Nacional das Artes), em Buenos Aires.
Marina Martins, nascida em 1999, é um dos principais nomes da nova geração de músicos brasileiros. Em 2022, como parte do projeto Brasil em Concerto, em parceria com o selo Naxos e o Itamaraty, Marina realizou a primeira gravação comercial do "Concerto para Violoncelo", de Claudio Santoro, com a Orquestra Filarmônica de Goiás e o regente Neil Thomson. Ela recebeu o Prêmio Exilarte Preis na Áustria em 2021, o Concurso Jovens Solistas e a Medalha Eleazar de Carvalho em 2018, pela OSESP. Marina venceu seu primeiro concurso aos oito anos de idade e, aos dezesseis, fez sua estreia como solista em Bristol, na Inglaterra. Desde então, tem se apresentado com orquestras e maestros de renome na Inglaterra, Suíça, Itália, França, Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Canadá e Brasil. Ela é entusiasta da música de câmara e já se apresentou com renomados artistas europeus. Atualmente, Marina está cursando mestrado na Musik Akademie Basel e estudando música barroca na Schola Cantorum Basiliensis, em Basileia, na Suíça. Ela se apresenta com um violoncelo de Giuseppe Guarneri "filius Andreae" ca. 1700.
Serviço
Concerto da Série Casa da OSPA – Pétrouchka
Data: 14/10
Início do concerto: 17h - Palestra Notas de Concerto: 16h, com Milton Ribeiro
Local: Onde: Casa da OSPA (Caff – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre)
*Transmissão ao vivo: às 16h (Notas de Concerto) e às 17h (concerto) no canal da OSPA no YouTube