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“Relinguagens - Artistas na contramão (1976-1980)” chega ao MARGS

O evento traz a público um resgate do grupo artístico experimental e conceitual gaúcho atuante no final dos anos 70

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Lançamento RELINGUAGEM I
A atividade contará com a participação dos artistas Teresa Poester e Jesus Escobar - Foto: Divulgação - MARGS

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), apresentará no sábado 01/04, às 11h, no Auditório do Museu, o evento “Relinguagens - Artistas na contramão (1976-1980)”, em mais uma edição do já tradicional programa público Conversas com Artistas.

A atividade contará com a participação dos artistas Teresa Poester (1954) e Jesus Escobar (1956). A mediação da conversa ficará a cargo da pesquisadora Carolina Medina. A entrada é gratuita e não é necessária inscrição prévia (limite de 60 lugares, por ordem de chegada).

O encontro trará a público um resgate do histórico das práticas e atividades do grupo experimental e conceitual gaúcho que esteve em atuação entre os anos de 1976 a 1980, e do qual Poester e Escobar fizeram parte ao lado de nomes como Heloisa Schneiders (1955-2005), Elton Manganelli (1948-2021), Renato Heuser, Simone Michelin, Karin Lambrecht e Humberto Dutra.

O grupo não possuía um nome e era constituído por artistas que estudavam no Instituto de Artes da UFRGS e que possuíam como objetivo em comum questionar o conceito de arte, trazendo novas linguagens artísticas ao cenário gaúcho, além de veicular suas atividades coletivas a meios fora do circuito de arte oficial. Entre as realizações, estão as publicações dos álbuns Relinguagem I (1978) e Relinguagem II (1979). As 50 cópias da primeira edição desses álbuns foram lançadas juntamente a um happening que ocorreu na esquina entre a Rua da Praia e a Avenida Borges de Medeiros.

O grupo também se insere entre as iniciativas pioneiras do movimento de arte postal no país, linguagem que possuía um forte teor político na América Latina do período. Jesus Escobar mantinha contato com artistas como Paulo Bruscky, Bené Fonteles e Wesley Duke Lee. Com essa influência, o grupo foi responsável por realizar, em 1978, uma exposição de arte postal na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo que contou com a participação de centenas de artistas nacionais e estrangeiros. Em 1981, a Bienal de SP dedicou um grande segmento à arte postal que contemplou a participação do pioneiro grupo gaúcho.

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O encontro é um resgate histórico do grupo experimental e conceitual gaúcho que atuou entre 1976 e 1980 - Foto: Divulgação - MARGS

Os artistas e a mediadora

Jesus Escobar

Nascido em 1956, em El Salvador, Jesus Romeo Galdámez Escobar obteve seu Bacharelado em Artes no Centro Nacional de Artes de El Salvador, em 1974. Em 1978, concluiu sua Graduação em Artes Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, integrou na segunda metade dos anos 1970 iniciativas como o grupo que se aglutinou em torno do cartazete Nervo Óptico (1976- 1978) e o grupo sem nome (1976-1980) responsável pelas publicações dos álbuns Relinguagem I (1978) e Relinguagem II (1979).

Ao longo de sua carreira, desempenhou uma série de funções em cargos públicos em El Salvador, incluindo Chefe de Diplomacia Cultural na Direção de Diplomacia Pública do Ministério das Relações Exteriores de El Salvador, de 2013 a 2022, e Diretor Nacional de Artes do Ministério da Cultura da Presidência da República de El Salvador, de 2012 a 2013.

No campo acadêmico, Escobar foi professor da Escola Popular de Belas Artes da Universidade Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, em Morelia, no México, de 2002 a 2003; de Ciências da Comunicação na Universidade Latina da América, em Morelia, de 1996 a 1997; da Michoacán School of Design, em Morelia, de 1986 a 1996. Escobar apresentou seu trabalho artístico individualmente em mais de 30 ocasiões no Brasil, El Salvador, Uruguai, Canadá, Estados Unidos e México. Participou de mais de 100 exposições coletivas internacionais na América Latina, Caribe, Estados Unidos da América, Canadá, Europa, Japão, Coreia do Sul e Austrália.

Teresa Poester

Nasceu em 1954, em Bagé (RS). O desenho combinado a linguagens contemporâneas é o centro de seu trabalho — instalações em grande formato nas quais o corpo todo desenha. Realizou exposições coletivas em diversos continentes e individuais no Brasil, Argentina, Espanha, Bélgica e França, obtendo premiações. Nos anos 1970 e 1980, dedicou-se à arte postal e seguiu trabalhando de forma individual e coletiva. Em 1986, estudou pintura em Madri. Foi professora de desenho por mais de 20 anos no Instituto de Arte da UFRGS, em Porto Alegre. Em 2002, concluiu seu doutorado na França, na Paris 1-Sorbonne. Retornando ao Brasil, intensificou sua pesquisa mesclando o desenho à gravura, à fotografia, à performance e ao vídeo. Em 2012, criou, com jovens artistas do Instituto de Artes, o Atelier D43, grupo de desenho e videoperformance que obteve prêmios e expôs em vários países. Com o grupo, em 2016, ano em que realizou pós-doutorado e lecionou na Universidade Jules Verne em Amiens na Picardia, trabalhou 45 dias no Anis Gras, centro cultural na grande Paris. Atualmente, Teresa vive e trabalha na França, a uma hora de Paris, na paisagem rural de Eragny sur Epte.

Carolina Medina

Graduada em História da Arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é graduanda em História também pela UFRGS e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da mesma instituição. Em seu projeto de pesquisa, explora as proposições apresentadas pelo grupo de “artistas na contramão”, conhecidas como “Relinguagens” e realizadas durante a segunda metade dos anos 1970.

Serviço

Relinguagens - Artistas na contramão (1976-1980)

Quando: 01/04
Horário: 11h
Onde: Auditório do MARGS (Praça da Alfândega, s/n°, Centro Histórico, Porto Alegre)

*Entrada gratuita, com limite de 60 lugares, por ordem de chegada

Texto: Ascom | MARGS
Edição: Silvia Martins | Ascom Sedac

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