Obras de Beethoven e Max Bruch estão no repertório deste sábado da Ospa
O regente Cláudio Cruz conduz a Orquestra e o violinista Lucas Bernardo Gonçalves executa os solos
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A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), dedica seu próximo concerto a dois grandes nomes do romantismo: Ludwig van Beethoven e Max Bruch. Intitulada "Beethoven & Bruch", a apresentação será neste sábado (3/5), às 17h, no Complexo Cultural Casa da Ospa. Na ocasião, a Orquestra ficará sob comando do maestro paulista Cláudio Cruz. O violinista mineiro Lucas Bernardo Gonçalves, que integra a Ospa desde 2022, é o solista do “Concerto para Violino e Orquestra nº 1”, de Bruch. Os ingressos já estão à venda pelo Sympla.
Antes do concerto, às 16h, o pianista Max Uriarte participa do projeto "Notas de Concerto", no qual convida o público a conhecer o programa do dia. A palestra é na Sala de Recitais da Casa da Ospa, com entrada inclusa no ingresso do concerto. Também é possível assistir ao encontro ao vivo pelo canal da Ospa no YouTube.
Um dos grandes nomes do período romântico, o compositor alemão Max Bruch (1838-1920) escreveu mais de 200 obras. Entre elas está "Concerto para Violino nº 1", de 1866, peça fundamental do repertório para o instrumento. O músico Lucas Bernardo define como uma “jornada emocional”, que começa dramática e íntima no primeiro movimento, torna-se poética e expansiva no segundo e finaliza vibrante, no terceiro. “É uma música que emociona em cada nota, com uma orquestração que dialoga lindamente com o solista. Mesmo após tantas apresentações, continua a me encantar e surpreender. É uma obra que nunca deixa de tocar a alma”, avalia o violinista.
No palco da Casa da Ospa, a obra de Bruch divide o programa com o mais famoso dos românticos, Ludwig Van Beethoven (1770 - 1827). A apresentação inicia com a abertura para o único balé escrito pelo compositor: "As Criaturas de Prometeu, op. 43". Estreado em 1801, em Viena, foi escrito na forma clássica e dedicado ao bailarino e coreógrafo Salvatore Viganò.
Após o intervalo, a Orquestra executa a "Sinfonia nº 3", concluída em 1804, quando Beethoven já lutava contra a surdez. Max Uriarte ressalta a gama de sensações que o compositor consegue suscitar ao longo da obra, que vai do luto à euforia. “A sensação de energia e inquietude que atravessa seu longo primeiro movimento cede à solenidade da marcha fúnebre, profundamente triste e elaborada”, descreve o pianista.
A "Sinfonia nº 3" também é intitulada "Eroica" e acredita-se que tenha sido dedicada inicialmente a Napoleão Bonaparte. Entretanto, Beethoven, um admirador dos ideais da Revolução Francesa, teria retirado a homenagem quando Napoleão se autoproclamou imperador. Sem mencionar nenhum nome, o compositor escreveu apenas que a Sinfonia foi escrita para “festejar um grande homem”.
Sobre Lucas Bernardo Gonçalves
Natural de Poços de Caldas (MG), Lucas é bacharel em violino pela Unesp (2019), onde estudou sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Amato. Foi violinista da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo (2018–2021), sob a direção de Cláudio Cruz, atuando como concertino em 2021. Desde 2022, integra a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e a Orquestra do Theatro São Pedro (OTSP), tendo atuado como solista em ambas.
Vencedor do 18º Concurso Paulo Bosísio (2022), em 2024 apresentou-se como solista junto à Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí. No mesmo ano, participou como artista do Festival Ilumina e se apresentou no Concertgebouw (Amsterdã) e no Festival de Edimburgo (Escócia).
Sobre Cláudio Cruz
Regente titular e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Cláudio Cruz já esteve à frente de importantes orquestras internacionais: Sinfonia Varsovia, New Japan Philharmonic, Hiroshima Symphony, Vogtland Philharmonie, Jerusalem Symphony, Orquestra de Câmara de Osaka, Orquestra de Câmara de Toulouse, Sinfônica de Avignon, Northern Sinfonia e Filarmônica de Montevideo. No Brasil, regeu a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Paraná, Ospa, entre outras.
Foi regente titular da Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e das orquestras sinfônicas de Campinas e Ribeirão Preto, além de atuar como diretor musical da Oficina de Música de Curitiba (Núcleo Erudito). Também dirigiu a Orquestra do Festival de Campos do Jordão, o Festival da Caríntia (Áustria) e o Festival Internacional de Cartagena (Colômbia).
Premiado diversas vezes, recebeu honrarias como o Prêmio APCA, Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo! e Grammy Awards.