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Autores regionais ganham destaque no I Seminário de Literatura Gaúcha

Evento celebrou os 70 anos do Instituto Estadual do Livro

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Imagem da mesa-redonda "Literatura e o Antropoceno", ambientada em uma sala com paredes verdes, composta por Natalia Borges Polesso, uma mulher branca, de cabelos curtos, usando óculos e camisa jenas azul, em sua direita, Morgana Kretzzman, uma mulher branca, de cabelos médios, vestindo um blazer branco, ao seu lado direito, Daniel Galera, um homem branco, de cabelos curtos, com barba grisalha, vestindo uma camiseta azul-marinho, em seu lado direito, na ponta da mesa, Andrezza Postay, uma mulher branca, de cabelos médios, vestindo óculos e blusa laranja. À frente da mesa, uma plateia assiste ao debate.
Evento contou com a presença de escritores gaúchos ao longo dos dois dias - Foto: Jean V Dettenborn/Ascom Sedac

O Instituto Estadual do Livro (IEL) e a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), instituições da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), realizaram, nessa quarta (25/9) e quinta-feira (26/9), o I Seminário de Literatura Gaúcha. O evento, que homenageou os 70 anos de fundação do IEL, contou com debates sobre ditadura, contemporaneidade e a relação da literatura com o antropoceno, reunindo autores e pesquisadores locais.

A programação teve início na manhã de quarta, com a mesa “Literatura e a Ditadura”, e seguiu durante a tarde com a roda de conversa "Literatura Gaúcha Ontem e Hoje", que contou com a participação dos acadêmicos Lucas da Cunha Zamberlan (Universidade Federal de Santa Maria), Nubia Hanciau (Universidade Federal de Rio Grande) e Sátira Machado (Universidade Federal do Pampa). A mediação foi da escritora Carolina Panta, que enfatizou a diversidade da produção literária gaúcha, composta por diferentes vozes que muitas vezes são esquecidas pelo cânone tradicional. “A importância deste debate é reforçar a pluralidade que existe na nossa literatura, mostrar que ainda há muitas figuras que são apagadas pelo tempo e que precisam ser revisitadas e revigoradas para que a nossa literatura continue a ser bem-vista e trazida às salas de aula, aos ambientes escolares e culturais”, ressaltou a mediadora.  

Em sua fala, o acadêmico Lucas Zamberlan abordou a atemporalidade de Mario Quintana, ressaltando que as obras do poeta permanecem atuais, refletindo o cotidiano. Ele citou como exemplo o poema "Reminiscências" (1948) - no qual Quintana aborda a enchente que atingiu Porto Alegre em 1941 - que voltou a ser citado nas redes sociais no evento climático de maio deste ano. “Fomos surpreendidos pela força e potência desses versos, que falam de um episódio ocorrido em 1941, que se repete de forma dolorosamente parecida. Parece que ele estava escrevendo isso hoje. Isso me fez pensar nesse recorte e nessa fala, buscando não apenas neste texto, mas em outros poemas que comunicam e demonstram a mesma força e potência que caracterizam a sua obra”, comentou o professor. 

Na quinta-feira (26/9), ocorreu o bate-papo “Escritores do Século XIX” com Carlos Alexandre Baumgarten e Maria Eunice Moreira (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), e Denise Espírito Santo (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), mediada pelo escritor Cristiano Fretta.  

Finalizando a programação, a mesa-redonda, mediada por Andrezza Postay, doutora em escrita criativa, com a presença dos escritores Daniel Galera, Natalia Borges Polesso e Morgana Kretzmann debateu a relação entre a literatura e o antropoceno — conceito que se refere a uma era geológica marcada pelos impactos humanos na Terra, como as mudanças climáticas —, e a capacidade da narrativa tradicional de retratar a atualidade. 

Na imagem, uma mesa-redonda ambientada em uma sala com paredes verdes, composta por Natalia Borges Polesso, uma mulher branca, de cabelos platinados curtos, usando óculos e vestido uma jaqueta jeans. À sua direita, Morgana Kretzmann, uma mulher branca, de cabelo escuro médio, vestindo uma blusa azul e um blazer branco. Ao seu lado direito, Daniel Galera, um homem branco, de cabelo escuro médio, barba grisalha, vestindo uma camiseta azul-marinho. No lado direito de Daniel, Andrezza Postay, uma mulher branca, de cabelo escuro médio, usando óculos, vestindo uma blusa laranja.
Mesa composta por Natalia Borges Polesso, Morgana Kretzmann, Daniel Galera e Andrezza Postay - Foto: Jean V Dettenborn/Ascom Sedac

Para Daniel, a realização do seminário é importante para fomentar as trocas entre a comunidade literária do RS: “É uma oportunidade para reunir todos os talentos centralizados no Estado, e eventos como este garantem que isso aconteça. A existência deste evento é extremamente bem-vinda". 

Gaúcha residente em São Paulo, Morgana enalteceu o evento que ajuda a debater uma nova abordagem contemporânea da literatura. “É uma alegria ter vindo até Porto Alegre para participar do I Seminário de Literatura Gaúcha. É de uma importância sem tamanho que aconteça e continue acontecendo eventos como esse, não só para aproximar escritores e leitores, mas também para discutir uma literatura feita por mulheres e essa nova literatura que é a ficção climática”, disse. 

Ao longo dos dois dias, 26 apresentações de comunicações orais foram realizadas por estudantes, com temáticas livres dentro do segmento proposto.

*Texto por Gabriel Maciel/Sob supervisão de Camila Diesel

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