A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), em parceria com o RS Criativo, ambas instituições da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), promove a ocupação do Espaço Vitrine pelo Projeto do Lixo ao Livro a partir desta quinta-feira (23/1), às 18h. Localizado na ala Oeste da instituição, o espaço é voltado às ações de economia criativa que comercializam seus produtos e realizam ações paralelas.

Durante os quase quatro meses que ocupará o espaço, o Projeto do Lixo ao Livro venderá cadernos, peças e livros artesanais, feitos de resíduos como caixas de leite, filtros de café, jornais, revistas, sacos de juta, fios e linhas. Além disso, durante esse período, os visitantes poderão desfrutar de um ambiente que apresenta aspectos e curiosidades desse movimento artístico e participar de duas atividades paralelas ministradas pelo artista idealizador da iniciativa, Alex Riegel. Com entrada franca, as ações acontecem no Quintana’s Bar, no mezanino da ala Oeste, e são destinadas a maiores de 12 anos.

No dia 8 de março, às 15h, Riegel coordena uma oficina de encadernação artesanal e reativação de resíduos domésticos e artesanais. A atividade possui 10 vagas, que serão preenchidas por ordem de chegada; todo material será fornecido pela organização do evento. Já no dia 15 de março, também às 15h, Alex Riegel conduz o bate-papo Projeto do Lixo ao Livro - Uma História para Contar ao Mundo, que debate a origem da iniciativa. 

Sobre o Projeto do Lixo ao Livro

Criado em 2019, na garagem de Alex Riegel, em Novo Hamburgo/RS, o Projeto do Lixo ao Livro foi o representante do Estado no Prêmio Brasil Criativo 2024. O caminho para chegar até lá contou com uma rede solidária que se expandiu com o tempo. “No começo, eu catava resíduos nas lixeiras das redondezas, andando pelas ruas do bairro e selecionando diversos objetos”, lembra o artista. “Esse movimento chamou a atenção de vizinhos, que começaram a entregar materiais no portão da sede. Na medida em que o projeto foi crescendo, algumas empresas também passaram a apoiar com enormes quantidades e variedades. Agora, a gente só sai da sede para coletar materiais específicos, pois na maioria das vezes as pessoas ou empresas nos entregam”, complementa.

“A produção de lâminas para capa dura dos livros, a partir de caixas de leite coladas em sobreposição e prensadas, pode levar três dias. Já a tintura da borra de café precisa de um tempo maior para acumular uma certa quantidade, passar por secagem natural e ser produzida”, explica Riegel. Ele exemplifica a partir do livro Café do Poeta, que apresenta 70 poemas curtos autorais. “A cultura e maturação dos materiais passa por várias etapas desde o preparo dos resíduos, colagem, corte, escrita manual dos poemas, montagem e prensagem. A construção de uma única peça do livro pode levar de 10 a 15 dias”.

Segundo Riegel, os próximos movimentos criativos do projeto visam o atendimento a comunidades em estado de vulnerabilidade social e são pautados pela harmonia entre arte, sustentabilidade e inovação. “É preciso reconhecer a força e a influência determinante que as artes exercem na consciência humana”, diz ele. “E quando a gente junta a arte com os potenciais e recursos do universo da sustentabilidade, as descobertas inovadoras são naturais, delicadas e encantadoras”, conclui. 

O plano anual da Casa de Cultura Mario Quintana é financiado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e com o patrocínio direto do Banrisul; patrocínio de Master Nubank; patrocínio Prata de CEEE Equatorial; e patrocínio Statkraft; apoio de Panvel, Banco Topázio, DLL, Navegação Aliança, Tintas Renner e iSend; e realização da Sedac e do Ministério da Cultura – Governo Federal.

Serviço
Abertura do Projeto do Lixo ao Livro no Espaço Vitrine CCMQ +  RS Criativo
Quando: Quinta-feira, 23 de janeiro, às 18h
Onde: Espaço Vitrine CCMQ + RS Criativo, no térreo