“Repensando 19 de Abril: 80 anos de Celebrações e Lutas”
Sedac prepara programação especial para o Abril Indígena
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A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) promove a terceira edição do Repensando 19 de Abril. Neste ano, com o mote "80 anos de Celebrações e Lutas”, as atividades já confirmadas celebrarão as culturas, os modos de vida, os costumes, as lutas, os desafios e as histórias dos povos indígenas.
Desde 2021, com a temática "Repensando o 19 de abril – uma reflexão sobre as contradições desta data", a Secretaria de Estado da Cultura vem realizando diversas atividades, em todo o mês de abril e no decorrer do ano, em alusão à cultura dos povos indígenas do nosso Estado. Em 2022, a Sedac teve como foco “Memória e Resistência” e lançou diversos editais, que seguem em execução em 2023, totalizando cerca de R$ 866 mil em investimentos pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC).
A terceira edição do “Repensando 19 de Abril” tem, agora, o tema central pautado no marco temporal de 80 anos da formalização da data no calendário oficial do Brasil. A programação completa pode ser conferida no link.
O Dia dos Povos Indígenas, celebrado oficialmente em 19 de abril, é um importante convite à reflexão sobre as reais condições da população indígena no Brasil, uma vez que a data em si não traduz, exatamente, os anseios dos povos originários. Criada há 80 anos, a data não é bem vista por algumas lideranças indígenas e militantes, que consideram a efeméride preconceituosa e carregada de estereótipos.
Segundo Rochele Lino, assessora técnica de Diversidade e Inclusão da Sedac, “não é preciso ‘ser indígena’ para lutar e defender suas causas, uma vez que devemos levar a sério a realidade dos povos indígenas do nosso país e as suas lutas e demandas, seja pela demarcação de seus territórios ancestrais, por acesso à saúde, à educação, à cultura, mas – acima de tudo – respeitá-los. As pessoas precisam ter interesse em conhecer mais das populações indígenas, porque só por meio do conhecimento é que vamos construir o respeito”, destaca ela.
A secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araújo, considera que "as festividades, os eventos e as celebrações realizadas pela Sedac ao 'Abril Indígena' nos últimos anos, no âmbito das suas Instituições, dos seus Museus, das suas Fundações e dos seus Institutos, proporcionam e continuarão a proporcionar a discussão e a reflexão ativa sobre a cultura, a história, as lutas e a realidade dos povos originários do Estado".
Origem do Dia do Índio
A data surgiu a partir de um protesto dos povos indígenas do continente americano, em 1940, quando o Congresso Indigenista Interamericano, organizado no México, se propôs a debater medidas para proteger esses povos no território. Inicialmente, os indígenas boicotaram o evento, achando que não seriam ouvidos. Contudo, no dia 19 de abril, decidiram participar das discussões. Em função desse movimento, a data foi escolhida para celebrar o Dia do Índio.
Poucos países reconheceram a data. O Brasil não aderiu às deliberações do Congresso, mas instituiu o dia em 1943.
Em 2022, a data passou a ser chamada oficialmente de Dia dos Povos Indígenas, segundo a Lei 14.402/22. A mudança do nome da celebração teve como objetivo explicitar a diversidade das culturas dos povos originários.