Os principais desafios das mulheres em cargos de liderança estiveram em pauta na manhã desta quarta-feira (8), no Auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre. O encontro fez parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher e contou com a presença da secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo.

Danielle Calazans, secretária de Planejamento, Governança e Gestão do Estado (SPGG), foi a mediadora do evento, que inaugurou o ciclo de debates "Esse Papo me Interessa", promovido anualmente pela pasta. Ela enalteceu a representatividade feminina no governo de Eduardo Leite, que hoje tem 60% dos cargos de liderança do Executivo gaúcho exercidos por mulheres.

Em um bate-papo descontraído, nove secretárias de Estado falaram sobre suas trajetórias pessoais e profissionais e relembraram os desafios e preconceitos que enfrentaram ao longo do caminho. O momento mais emocionante da manhã ficou por conta da secretária adjunta da Cultura, Gabriella Meindrad. Convocada de surpresa para se apresentar, ela disse se sentir uma vitoriosa por ter conseguido trilhar um caminho diferente da grande maioria das mulheres trans no Brasil.

“Eu me sinto muito motivada, representada e reconhecida como uma mulher trans, numa sociedade em que nós ainda somos assassinadas, numa sociedade em que ainda existem inúmeras faltas de oportunidade, em que 90% dessa população acaba sobrevivendo unicamente através da prostituição. Eu me sinto vitoriosa por ter sido aprovada num concurso público em primeiro lugar, de ser a primeira mulher trans a ocupar um cargo como secretária adjunta num governo do Estado e de estar ao lado da secretária Bia, que me inspira todos os dias”, relatou Gabriella.  

A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, não conteve as lágrimas durante o discurso de Gabriella. Na sua fala, relembrou sua trajetória de ativista e como contribuiu para oportunizar melhores condições para seus pares. “Eu sempre tive a possibilidade de percorrer os corredores do Legislativo lutando por direitos dos trabalhadores da cultura. E é isso que me move, é poder fazer a diferença, fazer com que meus pares possam ter melhores condições de trabalho”, disse.

A secretária também trouxe os números da representatividade feminina na sua gestão: a Sedac tem 73% das mulheres em cargos de chefia. “A gente fica super feliz quando percebe que as mulheres estão tomando conta e fazendo um trabalho maravilhoso”, ressaltou Beatriz.

“Somos mais fortes porque somos diferentes”

Último a falar, Eduardo Leite fez um resgate da evolução histórica dos direitos femininos, enfatizou que seu governo tem a maior participação de mulheres no secretariado - 35% - entre todas as gestões e trouxe a diversidade como marca da sua administração: “Nós somos mais fortes porque somos diferentes. A força do estado do Rio Grande do Sul vem da diversidade e a criatividade é resultado da diversidade”.

Também participaram do encontro a secretária adjunta de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Caroline Moreira; a secretária de Obras Públicas, Izabel Matte; a secretária de Comunicação, Tânia Moreira; a secretária da Fazenda, Priscilla Santana; a secretária da Saúde, Arita Bergmann; a secretária de Inclusão Digital, Lisiane Lemos; e a secretária adjunta da Casa Civil, Flávia Colossi Frey.

Após o bate-papo, servidores e servidoras puderam acompanhar uma palestra com a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Vanessa Marx, que é coordenadora do Grupo de Pesquisa Sociologia Urbana e Internacionalização das Cidades, do projeto de extensão Mulheres e Cidades e do Observatório das Metrópoles.

O evento contou com transmissão on-line e pode ser conferido no canal do YouTube da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.