Uma visita em prol da preservação do patrimônio cultural
Secretária da Cultura visitou a serra gaúcha
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A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, esteve em Farroupilha na manhã dessa sexta-feira (12). O primeiro compromisso foi na prefeitura. A secretária foi recebida pelo vice-prefeito e secretário de Turismo e Cultura do município, Jonas Tomazini, pelo diretor do Departamento de Valorização e Incentivo à Cultura, Edson Luiz Paesi, e pelo secretário municipal de Gestão e Desenvolvimento Humano, Rafael Coloda.
A agenda contemplou uma visita ao antigo Moinho Covalan, em um movimento de solidariedade pela preservação do local. O prédio é uma construção da década de 1920, e que atualmente abriga um centro cultural-artístico, reconhecido na cidade como um lugar de resistência cultural e de preservação do patrimônio.
Ao vice-prefeito, a secretária destacou a política de Estado, no sentido da descentralização dos recursos e da valorização dos municípios, além de chamar a atenção para a importância das prefeituras participarem de editais.
Sobre a preservação do Moinho, Beatriz ouviu do vice-prefeito que o município está interessado no tombamento do prédio. A secretária apontou a possibilidade de projetos de adequação para o espaço, que possam ser de interesse do município. “Minha preocupação é com as pessoas que estão lá. É um espaço que acolhe a diversidade. Por isso, coloco a Secretaria de Estado da Cultura à disposição para encontrarmos uma alternativa. Temos que pensar no interesse público”, ressaltou a secretária.

Pioneiro e parceiro da cidade
O Moinho Covolan está diretamente ligado à história da Família Covolan, uma família vinda da Itália em 1876. A chegada do trem, em 1920, influenciou Antônio Covolan a se mudar para Farroupilha – na época, distrito de Nova Vicenza. Lá, comprou um terreno e deu início às atividades do Moinho em uma construção de madeira, com energia gerada por máquina a vapor.
Quando os recursos energéticos não possibilitavam o aumento da capacidade produtiva, Antônio adquiriu um motor de 100KWA, em Montenegro, da Companhia Força e Luz, movido a gasogênio, e seu maquinário foi importado de Dresden (Alemanha), com moagem a cilindro. A partir da compra, o Moinho Covolan tornou- se pioneiro em tecnologia na época, pois conseguia produzir sua própria energia elétrica e a fornecia para Farroupilha, desenvolvendo, assim, um papel importante para os hospitais, durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), época de escassez de combustível.
Um novo significado
Foi fechado em 1980 e, em 1999, o Moinho passou a ser revitalizado pela própria Família Covalan. A falta de recursos era compensada com a criatividade, e o local ganhou diversas intervenções artísticas com materiais de reaproveitamento, mas ainda mantendo o cuidado para preservar sua essência original, que leva referências do pós-modernismo e do Art déco.
Foram oito anos para concluir parte do restauro e o Moinho deu lugar a um espaço de eventos, que com o passar do tempo foi se transformando em um centro cultural-artístico, de inclusão social, de projetos e ações de formação educativa e empreendedorismo criativo e colaborativo, envolvendo a comunidade em geral.