Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Cultura

Início do conteúdo

Exposição Presença Negra no Margs inaugura neste sábado

Publicação:

Presença Negra no Margs   card
A exposição traz a público o debate e a reflexão sobre a presença e a representatividade negra no campo das artes visuais
Por Ascom | Margs | Edição: Silvia Martins - Ascom Sedac

 A Secretaria da Cultura (Sedac), por meio do Margs — Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e da Associação de Amigos do Museu — AAMARGS, convidam para a inauguração no sábado, 14/05, da exposição “Presença Negra no Margs”. A abertura ocorre em evento a partir das 10h30min.

Ocupando todos os espaços expositivos do 1º andar do Margs (Foyer, Pinacotecas, Salas Negras e Sala Aldo Locatelli), a mostra permanece em exibição até 21/08.  A visitação será  gratuita de terça a domingo, das 10h às 19h (último acesso às 18h30).

A Exposição

Presença Negra no Margs” é uma grande exposição coletiva que traz a público o debate e a reflexão sobre a presença e representatividade negra no campo das artes visuais, a partir de uma perspectiva desde o Sul do Brasil.

Com curadoria dos pesquisadores Igor Simões e Izis Abreu e assistência de curadoria de Caroline Ferreira e produção e realização do Margs, a ampla e extensa mostra apresenta mais de 250 obras, de diversas coleções e procedências, reunindo cerca de 70 artistas entre históricos e atuantes.

Entre os atuantes, um grupo de mais de 20 artistas participou recentemente da residência artística intitulada “Resistência artística: INcorporAÇÕES e cruzas poéticas”, uma parceria entre Margs, RS Criativo e Sesc RS. A atividade de formação e aperfeiçoamento, que integrou as ações preparatórias para a exposição, envolveu temas como o conceito de arte afro-brasileira, o funcionamento do sistema das artes e o empreendedorismo, além da formalização, gerenciamento e comunicação do negócio criativo.

Já entre as obras de arte e peças de coleções presentes na exposição, serão exibidos itens de mais de 20 acervos de instituições, museus e coleções particulares, como Margs, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul — MAC RS,  Casa de Cultura Mário Quintana — CCMQ, Fundação Vera Chaves Barcellos — FVCB, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo — MALG, Escola Municipal de Arte Carlos Alberto de Oliveira – Carlão, Pinacoteca Aldo Locatelli, Pinacoteca Ruben Berta e Coleção Sartori.

Um dos destaques é Deusa Nimba. A escultura secular da deusa africana teve sua descoberta no Estado do RS revelada em 2018 e pertence ao município de Santo Ângelo. Localizada pelo Núcleo de Estudos em Cultura Afro-brasileira e Indígena (Neabi) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e identificada em uma pesquisa que durou 2 anos, a Deusa Nimba é a primeira a ser encontrada no Brasil e tem ligação com a tradição religiosa cultuada pelas etnias Baga e Nalu, presentes nas repúblicas da Guiné e da Guiné-Bissau desde o século 15 e que chegaram ao Rio Grande do Sul no século 17.

As mais de 250 obras são apresentadas em núcleos a partir do conceito de “poéticas das encruzilhadas”, noção elaborada com base nas proposições teóricas de Luiz Rufino (2019) e que parte da compreensão de que a arte afro-brasileira resulta dos cruzamentos de múltiplos conhecimentos condensados em manifestações poéticas tecidas na trama das experiências transatlânticas. 

Segundo os curadores da exposição, Igor Simões, Izis Abreu e Caroline Ferreira, “nesta exposição, escolhemos trabalhar apenas com produções que vêm de mãos e mentes negras. Esta é uma posição política que se refere à necessidade de conceber a arte afro-brasileira não como um tema, um estilo ou conteúdos preestabelecidos, e, sim, como a parcela da arte brasileira produzida por sujeitos negros. A insistência em uma história de ascendência europeia serviu para nublar a presença de sujeitos negros em um estado com forte contingente de pessoas racializadas como negras. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul é questionado e, portanto, também se questiona, posto que é o principal museu de nosso Estado”. 

De acordo com o diretor-curador do Margs, Francisco Dalcol, “ao longo do último ano, o Margs tem se proposto ao compromisso de discutir e refletir sobre os processos de apagamento e invisibilização da produção artística de autoria negra, bem como a implicação histórica de seu papel enquanto instituição museal e pública. Assim, com o projeto ‘Presença Negra no Margs’, o Museu reforça sua atuação frente às exigências e compromissos dos debates contemporâneos, por meio de reflexões críticas, da produção de conhecimento avançado e da instituição de políticas que buscam maior pluralidade, diversidade, inclusão e equidade dentro de um processo histórico hoje seriamente questionado. E em um país em que o racismo estrutural e sistêmico persiste em suas diversas formas de dominação, opressão, segregação e exclusão, o projeto vem também a problematizar o mito da democracia racial no Brasil”.

Na concepção da secretária da Cultura, Beatriz Araujo, “este projeto vai tornar ainda mais relevante o papel histórico e social do Margs, que abrirá suas portas  para o olhar de artistas negros, construindo, assim, uma cultura mais inclusiva. No âmbito da Secretaria de Estado da Cultura, integra um conjunto de ações que temos implementado por meio de nossas instituições, em nosso empenho e compromisso de trabalhar pela busca permanente de maior diversidade e representatividade. Projetos nossos como o Presença Negra no Margs são possíveis e se tornam realidade graças ao irrestrito apoio e investimentos de um Governo que desde o início aposta na cultura e na pluralidade como valores de cidadania e de desenvolvimento social e democrático”.

“Presença Negra” é um projeto que se torna possível com investimentos e irrestrito suporte do governo do Estado, que desde o início aposta na cultura e na pluralidade. E que vira realidade graças a todos apoiadores e colaboradores que se somaram por compreenderem o seu sentido, tais como a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e RS Criativo - programa da Sedac - parceiro do projeto, com a realização de ciclos de capacitação; a Associação de Amigos do Museu e patrocinadores do Plano Anual do Margs (AAMARGS); Sesc RS; a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS); o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros; Indígenas e Africanos (NEABI), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); profissionais e colaboradores externos; equipes da Sedac e do Margs; além dos museus, instituições e colecionadores que emprestaram obras e forneceram demais formas de apoio.

A Abertura

A inauguração da exposição “Presença Negra no Margs” no sábado, 14/05, a partir das 10h30, é aberta ao público e contará com ato solene reunindo participantes, autoridades, apoiadores e comunidade artística e cultural.

A abertura da exposição terá a apresentação de duas performances. A primeira se intitula “Agô”, da artista Preta Mina. O termo iorubá significa “pedir licença ou permissão”. No âmbito da mostra, Agô simboliza um pedido de licença para refletirmos sobre questões que pulsam para o sistema das artes no Rio Grande do Sul. 

Já a segunda performance se intitula “Arriada (fluxo reparatório)”, com a artista Rita Léndè. Trata-se de parte do fragmento performativo da obra cênica “Idê.Percursos” (2015),  que questiona o que é ser uma mulher negra brasileira, latina e sul americana, que segue sem resposta “definida”. 

Exposição “Presença Negra no Margs”

Quando: abertura 14/05

Horário:  10h30

Onde: Foyer, Pinacotecas, Salas Negras e Sala Aldo Locatelli, no 1º andar do Museu

Visitação: terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h30)

 

 

Secretaria da Cultura