Na próxima sexta-feira (17), às 19h, acontecerá a 12ª edição Slam Aquilombaí e apresentações em verso livre na Biblioteca Pública do Estado (BPE), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). A entrada é gratuita.

O Salão Mourisco da BPE receberá as slammasters Agnes Mariá, Adrielle Figueiró e Poeta Desperta, do Slam Aquilombaí, para soltarem a voz e coordenarem a competição. A atividade é uma realização conjunta entre a BPE e a Coletiva Urbana de Retomada Aquilombaí (CURA). As inscrições são limitadas e serão feitas no local do evento. A competição vale vaga para a final de 2024 e haverá premiação em dinheiro. A atividade integra a agenda especial desenvolvida pela BPE para o Novembro Negro.

Segundo a diretora da Biblioteca, Ana Maria de Souza, “é muito importante que esse tipo de movimento popular e urbano, baseado na ocupação de praças e parques, aconteça no espaço nobre e histórico da Biblioteca, que também é pública e está sempre aberta a todas as manifestações artísticas, sobretudo àquelas à força da palavra e da poesia, como é o caso do slam”, comenta.

Batalha de Poesia

São competições de poesia falada de temática livre que unem versos autorais em performances de até três minutos, que serão avaliadas por um júri popular. As regras são: duração de até 3 minutos; somente poesias autorais; com proibição do uso de adereços cênicos ou instrumentos musicais. Em caso de empate na 3° fase, os poetas recitam mais uma poesia, e decidem entre si, se a votação será nominal ou não. O vencedor ganhará 100 reais em dinheiro e os segundos e terceiros lugares livros e vale-cultura.

História do Slam

O Slam é uma batalha de poesias e rimas que existe desde os anos 1980 e tem crescido cada vez mais no mundo e no Brasil. É considerado por muitos um esporte, com batalhas nacionais e uma Copa do Mundo, onde finalistas de diversos países se encontram para escolher qual a melhor poesia. O Slam é uma forma artística, cultural e social de afirmação e resistência, que chegou ao Brasil em 2008 através do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Eles criaram o Zap! Slam, em São Paulo. Em 2012, o Slam da Guilhermina colocou a poesia falada nas ruas da zona leste paulistana, democratizando o acesso à literatura. O coletivo foi o primeiro a ocupar uma praça pública dentro de um circuito oficial. Depois disso, surgiram muitas comunidades de slams espalhadas por todo o país, em bares, praças e escolas.

Na última década, o Brasil tem apresentado suas manifestações, sobretudo entre os jovens periféricos, e traz consigo um forte teor autoafirmativo, identitário e de ocupação de espaços públicos.

Slam Aquilombaí

O Slam Aquilombaí é um projeto direcionado ao fortalecimento e manutenção da cultura negra, que ocorre mensalmente, de janeiro a dezembro, em Porto Alegre, sempre no segundo sábado do mês, a partir das 16h. É promovido pela CURA (Coletiva Urbana de Retomada Aquilombaí). O evento acontece na Praça do Tambor, nomeada oficialmente de Brigadeiro Sampaio, no final da Rua dos Andradas, no antigo Largo dos Enforcados, que é o primeiro marco escultural do Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre.

O evento reúne mais de cem pessoas em uma roda de poesia, reflexões e vivências, unindo poetas, comunidade, amantes da poesia e simpatizantes da cultura negra de resistência.

São 12 edições do Slam Aquilombaí, contando com uma grande final que decide o representante na Final Gaúcha de 2023. O projeto prevê a publicação do livro Slam Aquilombaí, uma obra com poesias do campeão de cada edição.

A ação é direcionada ao fortalecimento e manutenção da cultura negra, tendo a população negra e parda como principais indivíduos a serem impactados pelo projeto social, a fim de que se reconheça a sua etnia como protagonista e como potencialidade socioeconômica e cultural. Também se dirige às outras etnias, sem distinção, para oportunizar o acesso à educação antirracista e ao conhecimento da cultura e história afro-brasileira de forma prática.

Serviço

12ª edição Slam Aquilombaí – Competição de slam

Data: : 17/11
Horário: 19h
Duração: 3h
Local: Biblioteca Pública do Estado (Rua Riachuelo, 1190, no Centro Histórico de Porto Alegre)

*Entrada gratuita