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Catedral de Pelotas entra na etapa final de restauração

Com investimento de R$ 1,99 milhão, obras serão financiadas com recursos da Lei de Incentivo à Cultura

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Evento de lançamento da etapa final da restauração da Catedral de Pelotas
A secretária da Cultura, Beatriz Araujo (2ª a partir da esq.), representou o governador Eduardo Leite no evento - Foto: Rafael Varela/Sedac
Por Ascom Sedac

A etapa final da restauração da Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, também conhecida como Catedral de Pelotas, foi lançada nesta sexta-feira (21/3), em evento que contou com a presença da secretária da Cultura, Beatriz Araujo, representando o governador Eduardo Leite. As obras receberão investimento de R$ 1.991.213,11, em recursos do Pró-Cultura RS – Lei de Incentivo à Cultura (LIC).

O ato contou com um momento intitulado Trilha do Patrimônio, composto por uma visita à obra de restauração do assoalho, seguido de celebração com doces de Pelotas e missa de ação de graças. No assoalho será depositada uma cápsula do tempo, contendo diversos objetos. Entre eles, uma medalha do Prêmio 300 Onças, doada pela secretária da Cultura, Beatriz Araujo. Ela recebeu a comenda do Instituto João Simões Lopes Neto e, junto à doação da peça, incluiu uma justificativa sobre a escolha do objeto e uma lista das pessoas que já receberam essa homenagem.

“Estamos no mês dos 160 anos de nascimento de João Simões Lopes Neto, e em 2007 recebi essa comenda que muito me emocionou. Entendi que precisava trazer algo que fosse importante. É uma peça muito valiosa para mim e que aqui ficará bem guardada”, destacou Bia. Ela ressaltou que a catedral não se encontra mais em situação de fragilidade e vulnerabilidade. “Já é um outro momento, de restauração e atualização desse importante patrimônio”, afirmou.

Também estiveram presentes ao evento o prefeito Fernando Marroni, o pároco da catedral, padre Wilson Fernandes, autoridades e representantes da comunidade.

Sobre as melhorias

O projeto tem o objetivo de restaurar a nave lateral norte da cobertura e concluir a obra de restauração do assoalho. Iniciada em fases anteriores, a restauração completa da cobertura será concluída com essa nova intervenção, que visa eliminar infiltrações e goteiras, prevenindo a degradação do telhado e o dano às pinturas murais do teto. Também será feita uma atualização do diagnóstico do projeto de restauração de 2009, com levantamento das etapas realizadas e identificação de novas necessidades de intervenção.

Além da restauração da cobertura, será criado um plano de acessibilidade arquitetônica para o salão paroquial, com a inclusão de novos espaços e adaptações para pessoas com deficiência. O projeto prevê a instalação de recepção, banheiros adaptados, plataforma elevatória e outros ajustes necessários, incluindo projetos arquitetônicos e complementares. Esse trabalho busca tornar esse patrimônio histórico mais inclusivo e acessível, além de aprimorar a infraestrutura da catedral.

Tombada pelo Iphae e pelo Iphan, a Catedral de Pelotas é reconhecida por sua importância histórica e cultural e por ser um dos marcos de preservação da cidade. As obras de restauração, iniciadas há mais de 20 anos, são coordenadas por uma comissão de restauro e têm sido realizadas por meio de diversas fontes de financiamento, como leis de incentivo à cultura, emendas parlamentares, doações e recursos próprios da instituição. As ações ao longo do tempo incluem preservação das fachadas, portas, colunas e torres da edificação, além da revitalização da praça em frente à catedral.

O projeto atual abrange não apenas a restauração física, mas também o estreitamento de laços da comunidade com o patrimônio histórico da cidade. Por meio de ações de educação patrimonial, visitas guiadas e eventos culturais, como o Dia Estadual do Patrimônio Cultural e a Semana Cultural da Catedral, visa sensibilizar a população sobre a importância da preservação e do cuidado com a história local. As ações de preservação atuais baseiam-se em processos históricos e nas técnicas originais de construção, preservando a autenticidade da edificação e garantindo a continuidade de seu legado cultural e religioso.

As obras serão executadas pela Perene Patrimônio Cultural. Fundada em 2018 pela arquiteta Simone Neutzling, a empresa conta com 25 anos de experiência da profissional no campo da arquitetura e da preservação do patrimônio. Ao todo já foram investidos, por meio da LIC, R$ 2.660.503,90 na restauração da catedral.

Histórico 

Localizada em frente à Praça José Bonifácio, a Catedral Metropolitana São Francisco de Paula é um marco urbano da cidade, com uma área construída de 2.626,27 m². Sua história começa no fim de 1813, quando foram iniciadas as obras de uma pequena capela. Posteriormente, a expansão da cidade levou à definição de se construir uma nova igreja, ao lado da Praça Coronel Osório – essa obra, iniciada em 1845 (durante visita do imperador Dom Pedro II), não chegou a ser finalizada, o que resultou na decisão de se ampliar a antiga capela. Assim, foram construídas as tribunas, o consistório e as torres, no início da década de 1850.

Em 1910, a então Igreja de Pelotas foi elevada à categoria de catedral pelo papa Pio X. Durante o século 20, a edificação passou por reformas significativas. A primeira, entre 1915 e 1919, sob a responsabilidade de Frederico Pedro Sonnesen, incluiu reformas internas e a construção de um anexo. Já em 1933, devido ao crescimento populacional, foi realizada a reforma mais significativa, que transformou a edificação. Com projeto do frei Niceto Peters, a catedral foi ampliada, aumentando sua capacidade de 700 para 1,7 mil pessoas. Foram realizadas mudanças nas fachadas, a remoção das tribunas e a instalação de vitrais.

Novas obras foram feitas entre 1948 e 1950, com a construção do presbitério, da cúpula, da cripta e de outras dependências. A decoração interna realizada pelos artistas italianos Aldo Locatelli, Emilio Sessa e Adolfo Gardoni foi concluída no mesmo ano, com destaque para a pintura da cúpula, que representa a apoteose de São Francisco de Paula. A catedral foi oficialmente concluída em 1951, com a instalação de um novo altar-mor, e suas características arquitetônicas e artísticas, incluindo os vitrais, altares de mármore e pisos de ladrilho hidráulico, permanecem até hoje.

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