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No dia em que completa 69 anos de atuação, MARGS lança maquetes táteis de seu prédio

Projeto de acessibilidade foi desenvolvido em parceria com o curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISC

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- - Foto: Solange Brum | Ascom

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac), lançou, nesta quinta-feira, as maquetes táteis do seu prédio. A cerimônia de inauguração ocorreu, nesta tarde, no dia do aniversário do Museu, como ponto alto da programação comemorativa dos 69 anos do MARGS. A secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, participou da solenidade.

O projeto de acessibilidade foi desenvolvido em uma parceria do MARGS com o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), entre os anos de 2021 e 2023. A viabilização envolveu recursos captados de patrocinadores pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, por meio da Associação dos Amigos do Museu (AAMARGS). As maquetes táteis do prédio do MARGS estarão à disposição na entrada do Museu. Para recebê-las, o foyer passou por adaptações, contemplando um espaço dedicado a hospedar as maquetes com a apresentação de conteúdos relacionados ao histórico, estrutura e preservação do prédio no qual se situa o Museu.

A realização das maquetes táteis, que apresentam a planta dos dois principais andares do prédio onde o MARGS funciona, insere-se nos esforços do Museu nos últimos anos em avançar nas questões e necessidades relacionadas à qualificação da acessibilidade cultural em seus espaços e acervos, a exemplo do Programa Público “Mediação em Libras”. Além disso, a ação também tem o propósito de qualificar o foyer do Museu enquanto espaço de acolhimento para os seus mais diversos públicos. Ainda em termos de acessibilidade, uma audiodescrição de percurso tátil estará disponível em um QR CODE ao lado das maquetes, e a legendagem dos espaços apresentados nelas contará com texto alternativo em braile.

Para a secretária da Cultura Beatriz Araujo, o lançamento das maquetes é mais uma das ações afirmativas colocadas em prática pelo governo do RS. “Fazemos parte de um governo fortemente comprometido com a melhoria da vida de todas as pessoas. Na Sedac e nas instituições vinculadas, desde 2019, temos promovido ações afirmativas para ampliar o acolhimento, o respeito e o acesso de todos e todas ao nosso patrimônio artístico e cultural. As maquetes táteis do MARGS se inscrevem nesse trabalho coletivo que vem crescendo e gerando novos frutos”, explica Bia. 

Conforme o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, “a busca por qualificar as questões e necessidades relacionadas à acessibilidade é algo que vem se impondo como compromisso e mesmo exigência para museus e instituições culturais, a exemplo do MARGS. Com as maquetes táteis, nosso desejo é prosseguir avançando na busca por uma acessibilidade mais ampla e que contemple a diversidade e as necessidades dos nossos públicos”.

O MARGS 

A data de 27 de julho de 1954 faz alusão ao decreto estadual que oficializou a fundação do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. O MARGS é uma instituição museológica pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac), voltada à história da arte e à memória artística, assim como à produção contemporânea em artes visuais.

É o principal museu de arte do Estado do Rio Grande do Sul e um dos mais importantes do país, desenvolvendo projetos curatoriais, educativos e editoriais de relevância e importante contribuição para os públicos e o campo artístico e intelectual. Sua principal finalidade é colecionar, documentar, preservar, estudar e divulgar os seus Acervos Artístico e Documental, além de gerar produção de conhecimento, difusão de conteúdos e experiências inclusivas e enriquecedoras.

O Museu apresenta exposições temporárias e de longa duração, entre individuais e coletivas, tanto baseadas no seu acervo como de procedência e coleções externas.

OS ACERVOS DO MUSEU 

O Acervo Artístico do MARGS reúne mais de 5.700 obras de arte desde a primeira metade do século XIX até os dias atuais, abrangendo diferentes linguagens das artes visuais, como pintura, escultura, desenho, gravura, cerâmica, arte têxtil, objeto, fotografia, instalação, performance, arte digital, vídeo, filme e design, entre outras.

O conjunto é composto por arte brasileira, com ênfase na produção de artistas do Rio Grande do Sul, e também por obras de artistas estrangeiros, das quais conta com nomes significativos da arte mundial. 

Além disso, o MARGS possui um Acervo Documental que é referência para a documentação e a pesquisa sobre a história do Museu e a trajetória de artistas, agentes e instituições do campo artístico sul-rio-grandense.

Ambos os acervos estão digitalizados e disponíveis para consulta em meio on-line no site do Museu:

> Acervo Artístico: https://www.margs.rs.gov.br/catalogo-de-obras/

> Acervo Documental: https://acervo.margs.rs.gov.br/

PRÉDIO HISTÓRICO

O prédio histórico onde funciona o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) foi construído na década de 1910, originalmente para abrigar a Delegacia Fiscal do Ministério da Fazenda. De tipologia neoclássica e com área de 4.855 m², o edifício é um projeto do arquiteto Theo Wiederspahn. 

O responsável pela obra foi o engenheiro Rudolph Arhons. Os ornamentos foram realizados pela oficina de João Vicente Friederichs, tendo Victorio Livi e Franz Radermacker como ornamentistas. E as esculturas ficaram a cargo de Alfred Adloff. O prédio foi concebido para compor um conjunto arquitetônico na Avenida Sepúlveda de Porto Alegre junto com o dos Correios e Telégrafos — atual Memorial do Rio Grande do Sul e que também foi projetado por Wiederspahn.

SEDE DEFINITIVA 

Criado em 1954, o MARGS ocupou primeiramente espaços provisórios em Porto Alegre — inicialmente o Theatro São Pedro (1957 a 1973) e depois o Edifício Paraguay (1973 a 1978). Foi somente em 1978 que o Museu passou a ter como sede definitiva o atual prédio, localizado na Praça da Alfândega. Nele, o Museu pode qualificar a sua operação, estrutura e instalações, ganhando maior visibilidade. Mas a chegada trouxe demandas para o bom funcionamento de um museu. Foram instalados equipamentos para medir a temperatura e umidade ambientais, filtros de luz nas janelas e lâmpadas especiais para obras de arte. E, nos espaços voltados às exposições, diferentes paredes expositivas foram construídas ao longo dos anos para exibir as obras de arte. As atuais, de grandes dimensões, ocultam parte dos elementos decorativos originais que se distribuem pelo prédio.

REFORMAS 

No final da década de 1990, o prédio passou por uma profunda reforma estrutural e de adaptação a parâmetros museológicos. Assim, foi realizada uma restauração completa do edifício, que também passou a contar com sistema de climatização (controle de temperatura e umidade para conservação de obras de arte) e nova estrutura para os espaços expositivos. 

Entre 2020 e 2023, uma nova reforma trouxe melhorias para a preservação do prédio e a operação do Museu. Houve restauração do conjunto arquitetônico integrado por terraço, torreões e fachadas, além da substituição total do sistema de climatização, que passou a contar com controle informatizado, qualificando a preservação e conservação dos Acervos Artístico e Documental e das obras de arte em exibição.

PATRIMÔNIO  

Em reconhecimento à importância na história e arquitetura de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul, o prédio foi reconhecido como de interesse público e tombado em nível estadual no ano de 1983. Em 2002, foi a vez do tombamento em nível federal, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que reconheceu o edifício como patrimônio integrante do sítio histórico englobado pelas praças da Matriz e da Alfândega.

 

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