CCMQ inaugura a exposição "Visionar o futuro é a única forma de criá-lo"
A mostra faz uma reflexão sobre identidade, imaginação e resistência
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A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), irá inaugurar a exposição coletiva "Visionar o futuro é a única forma de criá-lo" na sexta-feira, 24 de novembro, às 18h, na Galeria Virgílio Calegari, localizada no sétimo andar da CCMQ. A mostra reúne obras de Kaindé Kainã Arvoredo, Loba, Sue Gonçalves, Vicente Lara, Zaire Rodrigues, Gabz 404 e Morgan Lemes, sendo estes dois últimos os idealizadores do projeto.
"Visionar o futuro é a única forma de criá-lo" é o resultado de uma residência artística conduzida por Gabz e Morgan na CCMQ, entre o final de outubro e o início de novembro. O projeto reuniu pessoas trans, que foram estimuladas a exercitar a imaginação radical para criar futuros livres de sistemas cisnormativos e de uma narrativa de violência, que normalmente é atribuída a essas identidades. A partir dos encontros, o grupo construiu coletivamente a exposição, que tem como foco falar sobre processos.
A própria vernissage será parte da montagem e, durante o período em que a exposição estiver em cartaz, os artistas continuarão produzindo e construindo a mostra, provocando a reflexão de que, assim como o corpo trans, o futuro não vem pronto, embalado a vácuo, inócuo, como se não dependesse do que veio antes.
“Encaramos essa visão do futuro com os pés no chão, permitindo-nos sonhar sem esquecer tudo o que é e o que já foi. No dia da abertura, haverá uma performance, que será filmada e incorporada à exposição posteriormente. Também teremos uma instalação interativa para que o público possa experimentar e criar”, afirma Gabz 404.
Uma parte da exposição é dedicada a obras de outros artistas trans. Esse espaço tem como objetivo permitir que pessoas que geralmente são excluídas dos sistemas normativos na arte possam ter acesso a esse meio. “Sabemos que não se pode falar sobre transgeneridade sem abordar outros recortes, e um recorte racial estará evidente em algumas obras. Nem todos os corpos podem ser tocados. Além disso, todo o espaço estará protegido por espadas-de-ogum”, conclui Gabz 404.
Sobre os idealizadores
Gabz 404 é um artista multidisciplinar trans/não binário, fotógrafo autodidata, pesquisador, ativista, escritor e astrólogo que investiga como as dissidências de gênero desafiam e desestabilizam o status quo. Seus projetos abordam temas como identidade, memória, comunidade como cura e ecologia. É criador do projeto @ser.trans e co-diretor do longa-metragem "Intransitivo: um documentário sobre narrativas trans". Participou de exposições nacionais e internacionais, publicou zines e contribuiu para diversas publicações coletivas.
Morgan Lemes é um homem negro trans. Diretor, roteirista e formado no Laboratório de Narrativas Negras da FLUP/TV Globo, ele também é membro do coletivo audiovisual Macumba Lab/RS. Historiador formado na UFRGS, pesquisador decolonial, membro do coletivo GENHI (Grupo de estudos sobre gênero e sexualidade do IFCH/UFRGS) e do coletivo CLOSE História (Centro de referência da história LGBTQIAP+ do RS). Militante ativista nas causas de gênero, raça e classe, ele também é membro do coletivo HTA (Homens Trans em Ação).
Serviço
"Visionar o futuro é a única forma de criá-lo" - Exposição coletiva de Kaindé Kainã Arvoredo, Loba, Sue Gonçalves, Vicente Lara, Zaire Rodrigues, Gabz 404 e Morgan Lemes
Data de abertura: 24/11
Horário: 18h
Local: Galeria Virgílio Calegari, Casa de Cultura Mario Quintana (R. dos Andradas, 736 – 7o andar – Centro Histórico)
Visitação: de 25/11/2023 a 04/02/2024, de terça a domingo, das 10h às 20h
*Exposição não recomendada para menores de 12 anos