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Palácio Piratini recebe a exposição “Gaúcho – Para Além do Imaginário”

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PORTO ALEGRE, RS, BRASIL, 14.09.2021 - Acendimento da Chama Crioula e abertura da exposição fotográfica "Gaúcho". Fotos: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Mostra fotográfica "Gaúcho - Para Além do Imaginário" fica em exposição no Palácio até 14 de outubro - Foto: Gustavo Mansur | Palácio Piratini

Está em exibição até o dia 14 de outubro, no Palácio Piratini, a exposição “Gaúcho – Para Além do Imaginário”. A mostra reúne fotografias do jornalista Fábio Mariot que fazem um recorte étnico do trabalhador do campo e do ginete, apresentando uma imagem do gaúcho que difere do imaginário coletivo historicamente construído.

Promovida pela Comissão do Centenário do Palácio Piratini, a exposição foi inaugurada junto à cerimônia de acendimento da chama crioula, que oficializou o início da Semana Farroupilha (14/9). A curadoria é da assessora de Diversidade da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), Clarissa Lima, e da servidora do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) Izis Abreu.

Natural de Alegrete, Fábio Mariot voltou ao pampa, entre 2012 e 2015, para captar a imagem do gaúcho. “Foram 105 gaúchos fotografados. E no momento da edição, eu vi ali todas as etnias formadoras do Rio Grande do Sul”, conta o jornalista.

Clarissa Lima e Izis Abreu
A mostra tem curadoria de Clarissa Lima e Izis Abreu - Foto: Rafael Varela

A assessora de Diversidade da Sedac, Clarissa Lima, frisa a importância da mostra estar na sede do Governo, um espaço que, em seus murais artísticos sobre a história do Rio Grande do Sul, ainda não contempla a relevância do povo negro na formação do estado. “Essa exposição vem, justamente para mostrar a força do homem negro do campo. Que ele também é aquele gaúcho forte, imponente, orgulhoso de si, que faz parte dessa tradição. E que ele também quer estar no mesmo lugar dos demais, representando o Rio Grande do Sul, levantando essa bandeira de todos os rincões”, declara.

Para a curadora Izis Abreu, a exposição parte de um lugar de problematização dos estereótipos e busca trabalhar o pertencimento do negro na história local. “Na arte ocidental, o povo negro vem representado pelo estereótipo racial, como primitivo, exótico, escravizado. No Rio Grande do Sul, não é diferente e, aqui, temos uma questão a mais: existe uma ausência, uma tentativa de negação e invisibilização. O gaúcho vem sendo representado com a figura do homem branco, enquanto as identidades indígena e negra também fazem parte do que significa ser esse gaúcho”, comenta.

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