A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS), promove nesta quinta-feira (26/9), às 14h, a atividade “Mediação tátil pela gravura”. A ação integra a programação da 18ª Primavera dos Museus e será realizada na exposição “Magliani - Obra Gráfica”, em cartaz na Galeria Sotero Cosme, 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). Com entrada gratuita, a atividade busca desenvolver o tato e a percepção da arte através da sensibilidade da pele. 

A Primavera dos Museus é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e tem como tema este ano “Museus, Acessibilidade e Inclusão”. A temática lança luz sobre o papel dos museus na promoção do acesso a todos os seus públicos, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas.

Nesse contexto, o MACRS desenvolveu a proposta de uma mediação tátil, que consiste em interações com diferentes materiais e texturas presentes na arte impressa, principalmente envolvendo xilogravura (gravura em madeira), calcogravura (gravura em metal), monotipia (impressão com tinta sem reproduções) e litografia (gravura em pedra), e outras técnicas como pintura e desenho. 

“Mediação tátil pela gravura” será apresentada a partir da exposição “Magliani - Obra Gráfica”. Com curadoria de Julio Castro, a mostra conta com trabalhos impressos e pinturas da artista gaúcha Maria Lídia Magliani, a qual, teve sua trajetória marcada por triunfos e quedas, fosse por questões financeiras ou pela recepção negativa do público às discussões propostas em suas obras. Suas gravuras demonstram a resiliência e insistência de produzir com qualidade e pensamento crítico.

Serviço
MACRS na 18ª Primavera dos Museus
Quando: Quinta-feira, 26 de setembro, das 14h às 16h
Onde: Galeria Sotero Cosme, 6º andar da CCMQ (Rua dos Andradas, 736, Centro Histórico, Porto Alegre)
Público: Livre
Entrada gratuita, sem necessidade de inscrição prévia

Sobre a Exposição “Magliani - Obra Gráfica”

“Magliani - Obra Gráfica” apresenta cerca de 70 gravuras e pinturas produzidas durante a carreira de Magliani, que já foram expostas no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG), em Pelotas, na Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, em Caxias do Sul, e no Museu de Arte de Santa Maria (MASM), finalizando sua itinerância no MACRS.

O projeto é de iniciativa do Núcleo Magliani, centro de referência da obra da artista e fundado em 2013 por Julio Castro, que assina a curadoria da mostra. O Núcleo Magliani funciona no Estúdio Dezenove, no Rio de Janeiro, e tem apoio oficial da família de Magliani. Com a missão de preservar e difundir o acervo deixado pela artista, reúne pinturas, desenhos, gravuras, documentos pessoais e material de referência da obra, onde anteriormente foi seu atelier em parceria com Julio Castro. 

A itinerância é uma parceria entre o Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi), equipamento da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), e o Serviço Social do Comércio (Sesc/RS), e tem o objetivo de promover o incentivo à produção, a difusão e a circulação das artes visuais no território gaúcho.

Sobre a artista 

A artista Maria Lídia Magliani (1946 – 2012) nasceu em Pelotas e se formou no Instituto de Artes em Porto Alegre. É uma das primeiras mulheres negras a se formar em Artes pela instituição. Em 1966, ainda estudante, realizou sua primeira exposição individual na Galeria Espaço, em Porto Alegre, tendo o professor Ado Malagoli como seu incentivador. Ao longo do tempo, Magliani tornou-se uma figura emblemática de sua geração, pois realizou várias exposições de sucesso nas décadas de 1970 e 1980.

Além de reconhecida como pintora, trabalhou intensamente no teatro. Sob direção de Ivo Bender, participou como atriz da montagem de “Antígona”, de Sófocles, onde interpretou Tirésias, o adivinho cego. Como ilustradora, trabalhou nas redações de imprensa em Porto Alegre, nos jornais Folha da Manhã e Zero Hora. Sua trajetória demonstra que a sua atuação no contexto artístico sempre foi múltipla, refletindo o talento que tinha em atuar em várias frentes, por vezes simultaneamente. Essa força da energia criadora contrastava com uma saúde frágil, fazendo com que partisse precocemente, aos 66 anos, em plena pulsão criativa.