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Festival Casa Viva, na CCMQ, convida à escuta da natureza presente e à criação de futuros possíveis

Programação traz vivências artísticas e reflexões coletivas em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em junho

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Vista aérea de uma feira ao ar livre em uma rua estreita de paralelepípedos, cercada por prédios de fachada rosada. Diversas mesas redondas, cobertas com toalhas coloridas (principalmente em tons de roxo e branco), estão dispostas ao longo da calçada e da rua, exibindo artesanatos, livros, roupas e outros produtos. Várias pessoas circulam entre as barracas, conversando e observando os itens à venda.
Ao longo do mês, evento contará com ações contínuas, conferência, atividades infantis e educativas, exposição e feira - Foto: Thiele Elissa/Divulgação CCMQ
Por Ascom CCMQ/Edição: Ascom Sedac

A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), realiza a partir desta quinta-feira (29/5) o “Festival Casa Viva - Cultura e Meio Ambiente”, uma programação diversa que convida o público a cultivar a sensibilidade diante dos desafios ecológicos do presente. Reunindo artistas, educadores e coletivos para encontros de diferentes abordagens, que reafirmam a cultura como força instigadora para repensar nossa relação com a natureza, o evento celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho.

A abertura do Festival será às 19h, na Sala Sérgio Napp 2 (2º andar da CCMQ), com uma mesa-redonda sobre o processo de preservação e recuperação de patrimônios afetados por desastres climáticos. Depois, ao longo do mês, a programação contará com ações contínuas, conferência, atividades infantis e educativas, exposição e feira. Todas as atividades são gratuitas e para diferentes faixas etárias.

Segundo a diretora da CCMQ, Germana Konrath, o evento nasce do desejo de pensar a Casa como um organismo vivo, que é parte de um ecossistema urbano, em constante transformação. “Diante das catástrofes ambientais recentes, como as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2023 e 2024, incluindo a própria Casa de Cultura, o Festival Casa Viva incentiva questionamentos sobre o impacto das ações humanas e a construção de formas mais colaborativas de co-habitar a cidade”, ressalta. 

A programação também celebra a conexão entre arte, memória e natureza, e convida a comunidade a participar ativamente na construção de uma cultura que respeita e valoriza a vida em todas as suas formas.

O plano bianual da CCMQ é financiado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio direto do Banrisul, patrocínio prata da Hyundai, Lojas Renner, EDP e Paraflu; apoio de Tintas Renner, Banco Topázio e iSend; e realização do Ministério da Cultura - Governo Federal - União e Reconstrução.

Abertura

A mesa-redonda “Preservação e recuperação de patrimônio em situações de desastres climáticos”, que ocorre nesta quinta-feira, às 19h, reunirá especialistas que atuaram nas frentes de salvamento durante as inundações. A atividade marca um ano da tragédia e abre espaço para o debate sobre o cuidado com acervos culturais, artísticos e históricos. O evento é gratuito e sem inscrições prévias.

Ações continuadas

Dentro do tema, o Festival promove ações contínuas que se estendem além do mês de junho. Entre os destaques, a partir de 7 de junho, está a atualização do site da CCMQ, que ganha novos conteúdos. A ação “Memória das Águas”, realizada em fevereiro deste ano na Travessa Rua dos Cataventos, onde foi instalada uma linha de alumínio para marcar a margem original do Guaíba pré-aterros, terá uma aba dedicada em nossa página. Essa seção propõe reflexões críticas sobre as transformações causadas pelos aterros no Guaíba desde o século XIX, e conta com textos de Célia Ferraz e Rualdo Menegat.

Outra atualização se dá na aba do Jardim Lutzenberger, que, a partir do dia 14 de junho, passa a contar com um guia botânico sobre as espécies de plantas presentes no local. A página contará com imagens e informações, além de três propostas pedagógicas sobre a vegetação existente e sobre o ambientalista José Lutzenberger, ampliando a experiência educativa com o patrimônio ambiental.

A programação se estende também à Biblioteca Erico Verissimo, no 3º andar da instituição, que acaba de receber novos títulos em seu acervo. Obras como “A Extinção das Abelhas”, de Natalia Borges Polesso, “Floresta é o Nome do Mundo”, de Ursula K. Le Guin, e “A Queda do Céu”, de Davi Kopenawa, já estão disponíveis para empréstimo, estendendo o acesso a diferentes perspectivas literárias sobre a temática do meio ambiente. 

Conferência

No dia 10 de junho, às 19h, no Teatro Carlos Carvalho, localizado no 2º andar da Casa de Cultura, a filósofa, ensaísta e artista Leda Maria Martins realiza uma conferência sobre tempo, ancestralidade e memória, intitulada “A Sacralidade da Existência, modos de pensar e de cultivar”. A atividade marca o lançamento da publicação digital do projeto “Cultura no Antropoceno”, ciclo de eventos realizado no segundo semestre de 2024 na instituição. O material contará com um caderno de resumos dos encontros realizados e estará disponível gratuitamente para download no site da CCMQ.

Terraço amplo com piso de ladrilhos nas cores rosa, branco e vermelho, localizado no topo de um prédio histórico. No centro, há um pequeno jardim com um canteiro circular de pedras e um jovem arbusto cercado por vasos feitos de garrafas reutilizadas contendo plantas.
A programação também celebra a conexão entre arte, memória e natureza - Foto: Acervo CCMQ

Atividades infantis

O “Festival Casa Viva” também convida crianças e suas famílias a participarem de experiências artísticas e sensoriais pensadas especialmente para o público infantojuvenil. 

No dia 15 de junho, às 15h30min, a Sala Lili Inventa o Mundo, no 5º andar da Casa, exibe o filme “O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida”. Baseado na obra de Dr. Seuss, o longa conta a história de Ted, um garoto que vive em um lugar onde as árvores são feitas de plástico e decide sair em busca de uma árvore verdadeira. Uma fábula emocionante sobre os riscos da ganância humana e a importância da preservação ambiental.

Na sequência, no dia 24 de junho, das 15h às 16h, o grupo Bando de Brincantes apresenta o espetáculo “Bambu Bambá”, no Teatro Carlos Carvalho. Nele, acompanhamos o menino Bambá enfrentando os desafios da vida, guiado pelos usos imaginativos e simbólicos do bambu — planta que, na narrativa, representa a integração entre natureza e humanidade. 

Atividades educativas

As atividades educativas do Festival propõem experiências que conectam corpo, espaço e pensamento crítico, convidando o público a explorar relações entre arte, meio ambiente e cotidiano.

No dia 6 de junho, às 16h, acontece o “Caminho dos Viajantes”, um percurso mediado que parte do Cais Mauá em direção à Casa de Cultura Mario Quintana. A caminhada explora as conexões entre a cidade de Porto Alegre, o Guaíba e o antigo Hotel Majestic, a partir de uma perspectiva histórica e urbana. As inscrições podem ser feitas pelo link.

Nos dias 7 e 8 de junho, das 14h às 17h, a Sala Sérgio Napp 1, no 2º andar da CCMQ, recebe a oficina “Escrita de contos e de ensaios: uma perspectiva ecológica”, conduzida pela escritora e pesquisadora Ana Rüsche. A proposta investiga a literatura como ferramenta de percepção e transformação ambiental. As vagas são limitadas e as inscrições já estão disponíveis.

No dia 14 de junho, às 14h, a artista Dauane Moretto Graboski realiza a oficina “A Terra é Arte”, que ensina técnicas de produção de geotintas a partir de pigmentos naturais. A atividade acontece no Ateliê do CDE, no 5º andar da Casa, e é para todas as idades. Interessados podem se inscrever pelo link.

Também no dia 14 de junho, às 15h, o Jardim Lutzenberger (5º andar) será palco de uma roda de conversa com a bióloga e educadora ambiental Lara Lutzenberger, presidente da Fundação Gaia. Em um encontro informal, ela compartilha saberes sobre a flora nativa e defende a causa ambiental, retomando o legado de seu pai, José Lutzenberger, referência histórica no ambientalismo brasileiro. A ação conta com a participação do agrônomo Paulo Backes, responsável técnico pelo espaço.

Vista superior do Jardim Lutzenberger, um jardim urbano localizado no terraço de um prédio. O espaço é decorado com plantas diversas em vasos e em banheiras brancas reutilizadas como jardineiras. Há caminhos de ladrilhos em tons de rosa, branco e marrom formando desenhos geométricos. Diversas pessoas caminham, conversam ou descansam em bancos de madeira espalhados pelo local. À esquerda, uma escadaria em espiral dá acesso ao jardim. Ao fundo, árvores e a vegetação urbana completam o cenário.
A aba do site do Jardim Lutzenberger passa a contar com um guia botânico sobre as espécies de plantas presentes no local - Foto: Thiele Elissa/Divulgação CCMQ
Na manhã do dia 18 de junho, das 8h às 11h, ocorre uma atividade de observação de aves nativas em parceria com o Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre. A programação inicia com um passeio pela Praça Brigadeiro Sampaio, onde os participantes serão convidados a identificar espécies e perceber os sons da cidade. As inscrições podem ser realizadas pelo link.

E para encerrar a programação, entre os dias 20 e 29 de junho o espaço Maria Lídia Magliani (5º andar) abriga a instalação educativa “Novos Naturalistas”. Será disponibilizado ao público um dispositivo de observação, que serve como uma ferramenta simbólica para ampliar o olhar e redescobrir paisagens conhecidas. A instalação estimula um olhar ampliado para o ambiente da Casa, como um ecossistema vivo, e acontece no horário de funcionamento da instituição, de terça-feira a domingo, das 10h às 20h.

Exposição

Com abertura marcada para o dia 18 de junho, às 18h, no espaço Maria Lídia Magliani e no Jardim Lutzenberger, ambos no 5º andar da CCMQ, a mostra “O que virá depois?” reúne obras dos artistas Nara Guichon e Armarinhos Teixeira. A exposição reflete sobre os limites do modelo atual de desenvolvimento, propondo caminhos para a regeneração dos vínculos entre humanidade e natureza por meio de obras com uma poética visual marcadamente orgânica.

Feira

No dia 7 de junho, das 10h às 19h, a “Feira Contraponto” ocupará a Travessa Rua dos Cataventos com uma seleção de artesanatos e peças produzidas por associados e convidados da Associação de Produtores da Economia Solidária Contraponto, vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A iniciativa chama o público a refletir sobre os modelos de produção, circulação e consumo, promovendo práticas socialmente responsáveis. As obras apresentadas valorizam o reuso de materiais descartados, contribuindo para a redução dos impactos ambientais e evidenciando formas alternativas de relação entre trabalhadores(as) e consumidores(as), baseadas na colaboração, no cuidado com o meio ambiente e na economia solidária.

Serviço 

Festival Casa Viva - Cultura e Meio ambiente
Quando: De 29 de maio (quinta-feira) a 29 de junho (domingo)
Onde: Diversos espaços da CCMQ
Entrada gratuita

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