A secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, e o chefe de gabinete da Sedac, André Kryszczun, participaram, nessa segunda-feira (18) de uma reunião entre o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, e prefeitos da Associação dos Municípios das Missões. O encontro aconteceu em São Miguel das Missões, onde a secretária também participou da entrega da terceira etapa da requalificação urbanística do entorno do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo.

Os prefeitos de oito municípios retomaram demandas que já haviam sido encaminhadas anteriormente, de competência do órgão federal. "Nos colocamos à disposição do Iphan e municípios para colaborar, apoiar e incentivar iniciativas que visam à preservação e promoção das missões,
contribuindo para o desenvolvimento cultural e turístico da região", explica a secretária Bia. 

Participaram do encontro lideranças políticas dos municípios de Entre-Ijuís, Pirapó, Santo Ângelo, São Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Nicolau e Vitória das Missões. 

Mais cedo, também nessa segunda-feira, Sedac e técnicos do Iphan fizeram um encontro de alinhamento de pautas para fomento e promoção da região (foto abaixo).

Obra de requalificação urbanística

No fim da tarde, a secretária representou o governador Eduardo Leite na entrega da terceira etapa da requalificação urbanística no entorno do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões. O presidente do Iphan, Leandro Grass, e o prefeito de São Miguel das Missões, José Roberto, também participaram da solenidade de entrega da obra.

Durante seu discurso, Beatriz anunciou que Leite assinou um decreto declarando 2026 como o ano que marca os 400 anos das Missões Jesuíticas Guaranis no estado do Rio Grande do Sul. "Essa é mais uma demonstração inequívoca da preocupação que o governo do Estado tem com o patrimônio cultural do Rio Grande do Sul", disse. Acesse o decreto aqui.

Iniciado em 2014, pelo programa PAC Cidades Históricas do governo federal, a obra inaugurada visa proporcionar melhores condições de mobilidade e de segurança para a comunidade e para visitantes. As melhorias incluem pavimentação asfáltica, ciclovias, calçadas, passagens acessíveis para cadeirantes, pintura de sinalização horizontal, cruzamentos, sinalização vertical e plantio de grama. 

Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo

Declarado Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938 pelo Iphan e Patrimônio da Humanidade em 1983 pela Unesco, o Sítio Histórico São Miguel Arcanjo abriga parte dos remanescentes da antiga Redução Jesuítica dos Guaranis, edificado em terras indígenas ocupadas pela Coroa Espanhola. Fundada em 1632 pelos padres Jesuítas Pablo Benevidez e Cristóbal de Mendonza, na região central do atual Rio Grande do Sul, a Redução foi abandonada, poucos anos depois, devido aos ataques de bandeirantes. Sua população transferiu-se, então, para a outra margem do rio Uruguai, na atual Argentina.

Em 1687, indígenas e jesuítas retornaram, formando um povoado em sua localização atual. De inspiração barroca, a Igreja de São Miguel Arcanjo foi projetada, entre outros arquitetos, pelo italiano Gian Battista Primoli, e construída com mão de obra indígena de 1735 até por volta de 1745. É estruturada em pedra arenito e ornamentada, em seu interior, por pinturas e esculturas de madeira policromada.

No local, os visitantes encontram a única Cruz Missioneira original do período, considerada um símbolo de fé e proteção redobrada. No sítio, também está o Museu das Missões, que guarda uma importante coleção de esculturas sacras dos Sete Povos, em sua maioria de madeira policromada. Visitado por turistas de todo o mundo, o Sítio Histórico São Miguel Arcanjo integra o roteiro internacional Iguassu-Misiones.