Peças arqueológicas indígenas e raro mapa retornam restaurados ao acervo do Marsul
Itens estavam em avançado estado de deterioração e demandaram trabalho técnico especializado
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Retornou ao acervo do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), em Taquara, um conjunto de vasos de cerâmica, atribuídos às culturas indígenas Guarani e Jê, além de um raro mapa da região do Vale do Paranhana. O Marsul é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Foram investidos cerca de R$ 64 mil na ação, que teve início em dezembro de 2024, com o deslocamento das peças para o ateliê de restauro, onde foram fotografadas e catalogadas. A devolução aconteceu em 16 de abril.

A ação foi realizada sob a coordenação de Mara Denise Nizolli Rodrigues, da cidade de Pelotas, visando corrigir problemas decorrentes de antigas intervenções. Todos os fragmentos foram numerados, documentados e higienizados, sendo removidos materiais inadequados. Após, o conjunto foi novamente reunido, com o preenchimento de partes faltantes. O desafio desse procedimento requer minimizar qualquer impacto visual que pudesse descaracterizar o estilo original. Ao final, foi aplicada uma camada protetora removível sobre os itens restaurados.
Também foi recuperado um mapa de Taquara, de autoria do fundador do Museu, professor Eurico Theófilo Miller, contendo anotações manuscritas e marcações de sítios arqueológicos. Em avançado estado de deterioração, a base de papel se apresentava bastante ressecada e quebradiça, com partes faltantes e outras coladas com fita adesiva.
Para sua recuperação, foi efetuada a limpeza, regulagem da acidez, eliminação de fungos, retirada de fitas adesivas, enxertos das partes faltantes e reforço estrutural com papel japonês. Uma vez consolidado, o documento foi acondicionado em mobiliário adequado para assegurar a sua guarda permanente.
Segundo o diretor da instituição, Cleiton Silveira, em breve os resultados desse trabalho poderão ser conferidos pelo público em uma exposição especial para destacar o processo técnico de preservação e a importância desses objetos para a pesquisa sobre os povos originários do território gaúcho. “Com esta iniciativa, a Sedac e o Museu reafirmam seu compromisso com a proteção e a valorização do patrimônio histórico do Rio Grande do Sul”, ressaltou.