Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Cultura

Início do conteúdo

Peças arqueológicas indígenas e raro mapa retornam restaurados ao acervo do Marsul

Itens estavam em avançado estado de deterioração e demandaram trabalho técnico especializado

Publicação:

Fotografia de um mapa arqueológico antigo, com papel envelhecido. No canto direito, lê-se o título “Mapa Arqueológico de Taquara” com a indicação de escala “1:40.000”. Abaixo, está escrito “Áreas pesquisadas – vestígios indígenas”. O mapa mostra contornos topográficos em linhas pretas e áreas destacadas em vermelho, possivelmente indicando locais de interesse arqueológico.
A ação de recuperação bem sucedida proporcionou o retorno de itens valiosos que estavam degradados - Foto: Mara Denise Nizolli Rodrigues
Por Pedro Neves / Ascom Sedac

Retornou ao acervo do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), em Taquara, um conjunto de vasos de cerâmica, atribuídos às culturas indígenas Guarani e Jê, além de um raro mapa da região do Vale do Paranhana. O Marsul é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Foram investidos cerca de R$ 64 mil na ação, que teve início em dezembro de 2024, com o deslocamento das peças para o ateliê de restauro, onde foram fotografadas e catalogadas. A devolução aconteceu em 16 de abril.

Uma urna cerâmica indígena de grande porte, de coloração avermelhada com marcas visíveis de restauração. Ela está exposta sobre uma base de acrílico transparente com rodízios, em uma das salas fechadas do Marsul.
Vaso de cerâmica, atribuído às culturas indígenas Guarani e Jê, foram restaurados e devolvidos ao Marsul - Foto: Mara Denise Nizolli Rodrigues

A ação foi realizada sob a coordenação de Mara Denise Nizolli Rodrigues, da cidade de Pelotas, visando corrigir problemas decorrentes de antigas intervenções. Todos os fragmentos foram numerados, documentados e higienizados, sendo removidos materiais inadequados. Após, o conjunto foi novamente reunido, com o preenchimento de partes faltantes. O desafio desse procedimento requer minimizar qualquer impacto visual que pudesse descaracterizar o estilo original. Ao final, foi aplicada uma camada protetora removível sobre os itens restaurados. 

Fotografia de um processo de restauração de cerâmica. Uma pessoa com luvas cirúrgicas manuseia um fragmento de cerâmica danificado, utilizando um pincel para aplicar uma substância branca na borda do fragmento. No plano de fundo, há uma taça rosa com líquido branco e ferramentas de conservação sobre um tecido protetor.
Todos os fragmentos dos vasos foram numerados, documentados e higienizados - Foto: Mara Denise Nizolli Rodrigues

Também foi recuperado um mapa de Taquara, de autoria do fundador do Museu, professor Eurico Theófilo Miller, contendo anotações manuscritas e marcações de sítios arqueológicos. Em avançado estado de deterioração, a base de papel se apresentava bastante ressecada e quebradiça, com partes faltantes e outras coladas com fita adesiva. 

Fotografia de um grande mapa arqueológico danificado, com diversas partes rasgadas e remendadas com fitas adesivas marrons e transparentes. O mapa está estendido sobre uma mesa branca e exibe linhas, formas e manchas vermelhas. No canto inferior direito, aparece o título “Mapa Arqueológico de Taquara”.
Foi recuperado o mapa de autoria professor Eurico Theófilo Miller, contendo marcações de sítios arqueológicos - Foto: Mara Denise Nizolli Rodrigues

Para sua recuperação, foi efetuada a limpeza, regulagem da acidez, eliminação de fungos, retirada de fitas adesivas, enxertos das partes faltantes e reforço estrutural com papel japonês. Uma vez consolidado, o documento foi acondicionado em mobiliário adequado para assegurar a sua guarda permanente.

Segundo o diretor da instituição, Cleiton Silveira, em breve os resultados desse trabalho poderão ser conferidos pelo público em uma exposição especial para destacar o processo técnico de preservação e a importância desses objetos para a pesquisa sobre os povos originários do território gaúcho. “Com esta iniciativa, a Sedac e o Museu reafirmam seu compromisso com a proteção e a valorização do patrimônio histórico do Rio Grande do Sul”, ressaltou.

Secretaria da Cultura