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Biblioteca Pública do Estado celebra os 120 anos de Erico Verissimo com recital “Música para Erico”

Apresentação irá unir música e literatura em homenagem ao escritor gaúcho

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Homem idoso de pele clara, cabelos curtos e grisalhos, veste um suéter claro e está sentado em um ambiente interno. Ele olha diretamente para a câmera com uma expressão séria e tranquila. Ao fundo, há uma estante de madeira com diversos livros organizados, sugerindo um ambiente de estudo ou escritório. A imagem está em preto e branco.
Tributo destaca a importância da música na obra do autor, sendo um elo entre memória, palavra e som - Foto: Acervo Literário de Erico Verissimo/Divulgação BPE
Por Ascom BPE/EDIÇÃO: Ascom Sedac

A Biblioteca Pública do Estado (BPE), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), realiza o recital “Música para Erico” na próxima segunda-feira (12/5), às 19h, em homenagem aos 120 anos de nascimento do escritor Erico Verissimo (1905–1975). O evento acontece no tradicional Salão Mourisco e conta com entrada gratuita.

Com curadoria da professora e escritora Marô Barbieri, o espetáculo reúne música e literatura, duas paixões que marcaram profundamente a trajetória de Verissimo. A apresentação conta com a participação dos músicos Olinda Allessandrini (piano) e Diego Grendene (clarinete), em um recital que será intercalado com leituras cênicas do livro “Solo de Clarineta: Memórias (primeiro volume)”, interpretadas pela atriz Elisa Lucas.

Erico Verissimo sempre deixou claro, em seus textos, seu amor pela música e como ela o tinha influenciado, chegando a afirmar que, se não fosse escritor, gostaria de ter sido músico. Desde sua estreia com “Fantoches”, passando por obras como “Música ao longe”, “O urso com música na barriga” e “Solo de Clarineta”, a música está presente de forma explícita ou sutil em todo o seu percurso literário.

O escritor e compositor Gérson Werlang aponta, em seu artigo “A música em ‘Caminhos cruzados’ e ‘O prisioneiro’”, alguns exemplos da influência de música nas narrativas de Erico: “em ‘As Mãos de Meu Filho’, a vida de um pianista é relembrada por sua mãe durante um recital, enquanto em ‘Caminhos Cruzados’, o autor adota uma estrutura narrativa inspirada na técnica musical do contraponto.”

A professora e pesquisadora Maria da Glória Bordini, especialista na vida e obra do escritor gaúcho, explica que “ele sempre se cercou de música. Jovenzinho, ouvia óperas com o pai. À medida que amadurecia, a música clássica o acompanhou no escritório e em casa. Apurou seu gosto instintivamente, na antiga programação da Rádio da Universidade, ao som da qual escrevia, comprando discos, frequentando a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), e, nos Estados Unidos, convivendo com o Quarteto de Budapeste, no Mills College. Trocava sugestões com o amigo Herbert Caro, melômano como ele, e legou ao filho a apreciação ao jazz. A música lhe deu o sentido dos ritmos e a fluência das frases, que fizeram de sua literatura uma leitura tão cativante”, completa.

“Música para Erico” propõe uma imersão sensível nesse universo literário e musical, promovendo uma vivência única que celebra a arte como elo entre memória, palavra e som.

Livro aberto exibindo duas páginas com texto datilografado, amplamente marcado com anotações manuscritas em diversas cores, como azul, vermelho, preto e amarelo. As anotações incluem correções, sublinhados, setas, observações nas margens e trechos riscados. Na parte inferior esquerda, há uma sequência de círculos preenchidos com lápis de cor amarela e cinza. O livro está apoiado sobre uma superfície de madeira escura, sugerindo um ambiente de estudo ou arquivo. A imagem transmite a ideia de um processo intenso de revisão ou edição de manuscrito.
Evento conta com um recital que intercala uma apresentação de músicos e leituras cênicas de uma obra do escritor - Foto: Ascom BPE

Sobre os artistas

Olinda Allessandrini é pianista e já participou de diversas apresentações ao vivo, gravações, programas de rádio e atividades pedagógicas, além de ter livros editados e colaborado em revistas culturais e jornais. Recebeu o prêmio “Líderes e Vencedores” na área da cultura e vários prêmios Açorianos pelo seu trabalho de pesquisa e divulgação de música brasileira e latino-americana. Em 2015, lançou seu primeiro DVD "PamPiano", com direção do cineasta Caio Amon. Publicou seu livro, “Notas em Pauta”, em 2023 e tem tido muito sucesso de público e de crítica. É bastante convidada para ser solista em orquestras e grupos de câmara, para realizar recitais de piano e se apresentar em festivais de música no Brasil e internacionais. Atualmente, é professora de Música de Câmara na Academia da Escola da Ospa, além de participar ativamente da programação cultural do Instituto Ling, em Porto Alegre, e ser membra fundadora da Academia de Letras e Artes de Gramado.

Diego Grendene de Souza é clarinetista da Ospa e diretor do Conservatório Pablo Komlós – Escola de Música da Ospa. Graduado pela (Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), chegou a realizar cursos de aperfeiçoamento em diversas universidades, como as de Georgia, nos Estados Unidos, e em Nice, na França. Além disso, estudou com Walter Boeykens por dois anos, no Conservatório Real Superior de Antuérpia, na Bélgica. Durante esse período, integrou o Quarteto de Clarinetes Aliénor, com o qual realizou uma série de 44 concertos por diversas regiões da França. Desde o ano de 2011, atua como professor de todas as edições do Festival Internacional Sesc de Música, em Pelotas. Em 2018, concluiu o mestrado profissional em Música na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tem atuado como solista com a Ospa e outras orquestras, participado de gravações de CDs e trilhas sonoras de filmes. Sempre entusiasta do fomento do ensino de clarinete, foi o idealizador e o coordenador do Festival Internacional de Clarinetistas de Porto Alegre, realizado em novembro de 2018 e que teve sua segunda edição em 2023.

Elisa Lucas é atriz, pesquisadora, dramaturga e locutora, com experiência em atuação em teatro e audiovisual. Formou-se em Artes Cênicas na UFRGS, além de ser mestra e doutora em Ciências do Espetáculo pela Universidade de Sevilha, na Espanha. Escreveu e encenou as obras Confesso que Capitu (2004); Histórias de uma Mala Só (2009), que recebeu o prêmio Tibicuera de Melhor Atriz; Encantos de Natal (2012) e A Dama dos Evangelhos (2014). Atualmente, desenvolve pesquisas de atuação, corpo/voz, criação dramatúrgica e personagens femininas na cena, e integra do Coletivo As DramaturgAs, que venceu o prêmio Açorianos de Literatura pela obra Liberdade.

Serviço

Recital “Música para Erico”
Quando: 12/5, segunda-feira, às 19h
Onde: Salão Mourisco – Biblioteca Pública do Estado (Rua Riachuelo, 1190 – Centro Histórico de Porto Alegre)
Entrada gratuita

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