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Secretária da Cultura prestigia 98 anos do Clube Fica Ahi, em Pelotas

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Secretária Beatriz Araujo com presidente do Fica Ahi, Raul Borges Ferreira, e a 1ª dama, dona Vilma
Secretária Beatriz Araujo com presidente do Fica Ahi, Raul Borges Ferreira, e a 1ª dama, dona Vilma - Foto: Rafael Varela/Sedac
(Secretária Beatriz Araujo com presidente do Fica Ahi, Raul Borges Ferreira, e a 1ª dama, dona Vilma)

Em clima de confraternização e homenagens, a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, prestigiou as comemorações dos 98 anos do clube Fica Ahi Pra Ir Dizendo, neste domingo (27). Beatriz estava acompanhada da secretária de Governo e Relações Institucionais da prefeitura de Pelotas, Clotilde Conceição Victória.

Emblemática na história de resistência negra pelotense, a criação do Fica Ahí está ligada à festa de maior expressão popular do Brasil: o carnaval. No dia 27 de janeiro de 1921, foi fundado o Cordão Carnavalesco Fica Ahi Pra Ir Dizendo. Nos festejos de momo representava um dos blocos negros de Pelotas. E na contramão da maioria dos grupos deste período, de duração efêmera, o Fica Ahi se tornou exceção, perdurou e virou clube social.

Os clubes sociais negros surgiram na metade do século XIX. Período em que além de abrir espaço social para a comunidade negra, impedida de frequentar os espaços das elites brancas, também tinham como finalidade arrecadar fundos mutualistas e alforria de trabalhadores escravizados.

Na bagagem de quase um século de história, o clube tem orgulho de abrigar a única biblioteca totalmente voltada a literatura negra no Brasil. “É um dos espaços de resistência mais simbólicos de Pelotas e, com certeza, de nosso Estado. Manter as portas abertas de um lugar tão emblemático como este para a cultura é motivo de orgulho, que não seria possível sem o esforço da presidência desta casa, que, aliás, está de parabéns pelo trabalho que faz aqui”, destaca a secretária Beatriz.

Raul Borges Ferreira está há quase 20 anos na diretoria do Clube e sabe da responsabilidade que o cargo lhe impõe. “Estamos levando adiante o legado de nossos antepassados. Pensar que o Rio Grande do Sul já contou com, pelo menos, 53 clubes negros e que o nosso está entre os poucos que ainda mantém suas portas abertas é, no mínimo, um desafio, que abraçamos com alegria.”
O Clube foi tombado, em 2012, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) como entidade que preserva a memória da cultura afro-pelotense, e desde 1954 tem sede própria - Rua Marechal Deodoro, 368.

Curiosidade: como não havia local para reunião de fundação do Clube, colocaram uma pessoa na praça em frente à prefeitura e disseram à ela: “fica aí pra ir dizendo onde é a reunião”, lembra o presidente. E, assim, nasceu o nome do clube.

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