A TVE exibe neste sábado (15), às 22h, o documentário Torres Garcia: El Norte del Sur, dirigido e roteirizado por Fernando Hart e Fran Rebelatto. O filme foi rodado em 2011, quando o Museu Iberê Camargo recebeu a exposição Joaquín Torres Garcia: geometria, criação, proporção. Durante três dias a equipe da TVE conversou com os curadores da exposição, com os bisnetos do pintor, Alejandro Diaz e Jimena, com a jornalista uruguaia e crítica de arte Alicia Haber, e com especialistas em Artes Visuais e História.

Por meio do relato dos entrevistados, o documentário mergulha na história de vida do pintor uruguaio e nas influências artísticas que compuseram sua trajetória. O ator Nelson Diniz se soma à narrativa do documentário dramatizando trechos da autobiografia do pintor, Historia de Mi Vida, em cenários de Porto Alegre.

Torres Garcia: el Norte del Sur é uma parceria entre TVE e Fundação Iberê Camargo, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS); da Escola de Teatro Nilton Filho; do Museu Torres Garcia, de Montevidéu; da Koralle; e da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).

Sobre o pintor

Joaquín Torres García nasceu em Montevidéu em 1874. Aos 17 anos de idade vai viver em Barcelona, na Espanha, onde realiza sua formação artística. Na cidade catalã se destaca como um dos principais impulsores da vida artística e intelectual, participando do Movimento Novocentista Catalão, baseado em um retorno ao classicismo e alicerçado na tradição da cultura mediterrânea. Em 1927 publica seu livro El descubrimiento de si mismo.

Depois de 1920, viveem Nova Iorque, Itália e Paris, onde se estabelece em 1928. Em Paris se relaciona com os principais expoentes das vanguardas; junto a Seuphor e outros artistas abstratos cria o grupo e a revista Cercle el Carré. Elabora o seu sistema estético filosófico: o Universalismo Construtivo, uma arte construída tendo como base os princípios de proporção, unidade e estrutura.

Em 1934, regressa ao Uruguai com o ideal de impulsionar uma arte própria e inédita para o continente americano. Realiza um intenso trabalho didático em mais de 500 conferências sobre arte e estética. Escreve vários livros, entre eles Estructura, La Ciudad sin Nombre, La tradición del Hombre Abstracto y Universalismo Constructivo. Pinta a série de retratos construtivos Hombres Héroes y Monstruos.

Em 1942 forma o ateliê Torres García, um espaço de trabalho e aprendizado coletivo, onde faz transitar seus discípulos pelo caminho da arte, não pela imitação das formas externas, mas enfrentando os problemas mais íntimos do fazer artístico. Assim forma uma escola pictórica uruguaia e americana com identidade própria: A Escola do Sul, que permanece como um dos mais consistentes movimentos artísticos do século XX. Torres Garcia morreu em Montevidéu, no dia 8 de agosto de 1949.

Texto: Asscom Sedac