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O Rap vira ópera em Porto Alegre

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Depois da Ópera  Rock, os gaúchos vão conhecer uma Ópera Rap. A idéia  tem como base o livro do professor e sociólogo português Boaventura de Souza Santos. Fabiana Menini , do Instituto Trocando Ideia, reuniu MC´s gaúchos para transpor as rimas de Boaventura para a métrica do RAP. Rap Global é um projeto , que começa a ganhar voz e  a cara da rua. Literatura , multiculturalismo , envolvimento social e criação foram as propostas  da crew envolvida na criação da Ópera RAP GLOBAL , que tera sua estréia em outubro.

Uma mostra do projeto foi apresentada no inicio da noite desse sábado  (28) no Memorial do RS, dentro da programação do Fórum Social Temático 2012, com a presença do secretário de Estado da Cultura , do sociólogo Boaventura Santos e do prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti. O professor português intermediou o pedido de apoio à Secretaria de Cultura  para  o grupo montar o espetáculo nos palcos da capital gaúcha.

 

O livro de Boaventura também foi musicado pelo primeiro grupo de Rap Indígena do Brasil, o Brô MCs, que se apresentou sexta-feira  em São Leopoldo e no evento de sábado no Memorial RS com mais oito representantes do RAP gaúcho.

A apresentação empolgou o público e a música final teve a participação especial do inspirador Boaventura de Souza Santos, que mesmo sem voz,  arriscou cantar alguns versos e animou a platéia.

RAP GLOBAL

O livro  Rap Global foi lançado no Brasil em 2010 e é uma espécie de denúncia das injustiças sociais. Apresenta um alter ego chamado Queni N.S.L, um jovem rapper português nascido no Barreiro, periferia de Lisboa e que narra a história. A obra apresenta, através da poesia, o personagem insatisfeito diante da situação mundial, atormentado pelas dificuldades da família e pelo trauma do desterro vivenciado pelo pai angolano, de Huambo.

Sobre o Rap Boaventura de Souza Santos escreveu: “ Há um texto e um ritmo de batida. Mas há tendências e modas e é por isso que existem hoje o rap alternativo e o hip-hop alternativo. Estes últimos surgiram como reação à "domesticação" comercial do rap que tendeu a marginalizar a radicalidade da mensagem política. Neste sentido, pode dizer-se que o "Rap Global" é alternativo. Partilha com as tradições rap o fato de que o texto é mais importante que a melodia e a harmonia. Neste domínio, o rap é igual ao canto gregoriano. Partilha o ritmo da batida. Mas não o respeita inteiramente. Há pausas para frases solitárias e de solidão”.

Texto: Asscom Sedac

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