O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS)  lança dia 19 de março, às 18h30, na sala Multiusos do Santander Cultural, a obra Fazendo escola (ou refazendo-a?), de Thierry de Duve. No mesmo dia, às 16h30, a artista e historiadora Lisa Blass discutirá sobre seu processo artístico e a formação na academia, na palestra Todas as Guerras Nascemem um Monte, com a presença do autor.

Na sequência, haverá a palestra de Thierry de Duve, intitulada A Invenção da Não Arte e o lançamento do livro de sua autoria Fazendo Escola (Ou refazendo-a?). O evento é destinado a especialistas na área, historiadores, professores, curadores, teóricos, estudantes de arte e interessados em arte em geral.

 

O autor

Thierry de Duve é historiador de arte e filósofo, professor emérito da Universidade de Lille 3. Publicou vários livros sobre arte e estética, tais como Kant after Duchamp (The MIT Press, 1996), Clement Greenberg Between the Lines (Dis Voir, 1996), Sewn In the Sweatshops of Marx: Beuys, Warhol, Klein, Duchamp (The University of Chicago Press, 2012). Ele ocasionalmente tem organizado exposições tais como Look: 100 Years of Contemporary Art, realizada para o Palais des Beaux-Arts em Bruxelas em 2000 e a representação da Bélgica para a Bienal de Veneza em 2003. No Brasil ministrou seminários no Centro Cultural Maria Antônia (2005), na Fundação Joaquin Nabuco, em Recife (2006) e na Universidade de São Paulo - USP (2010).

A debatedora

Lisa Blas é uma artista visual que trabalha com pintura, fotografia, instalações e vídeo. Trabalhando entre Bruxelas, Bélgica e Los Angeles, Califórnia, ela recentemente apresentou uma nova série de trabalhos chamada Agrarian Pavements (Pavimentos Agrários), na conferência anual da Art Association of Australia and New Zealand (Associação de Arte da Austrália e Nova Zelândia), em 2012 em Sydney, Austrália. Atualmente mora em Washington, DC, e atua como professora visitante, lecionando disciplinasem Belas Artese História da Arte nos níveis de graduação e pós-graduação, com um foco especial no museu e em arquivos históricos.

O livro

Fazendo Escola (ou refazendo-a?) é um instigante mergulho no universo do ensino da arte e da formação de artistas. Um dos grandes pensadores da atualidade no campo da arte, Thierry de Duve escreve a partir de suas experiências de ensino, mas com a visão crítica de quem conhece profundamente o sistema artístico. A obra apresenta uma profunda reflexão sobre o estágio em que se encontra o sistema de ensino na atualidade. Publicado em francês, em 1992, e novamente em uma edição ampliada em 2008, esse texto, traduzido agora para o português, introduz uma reflexão inovadora e ao mesmo tempo surpreendente do universo da formação artística como a conhecemos hoje.

A tradução dessa obra em especial, entre o universo de publicações do autor, oportuniza aos leitores a possibilidade de ter acesso a um título à margem do circuito internacional de publicações. Seu impacto está na análise rigorosa dos modelos de ensino estabelecidos, fundamentalmente os modelos acadêmico e o modelo Bauhaus, ambos obsoletos na perspectiva do autor. Como alternativa ele propõe outra relação de aprendizado baseada em uma abordagem de “transmissão”, cujo caráter seria essencialmente antiacadêmica. O autor reivindica o retorno à tradição artística como um mergulho em um repertório de ferramentas para a reflexão sobre o ensino, entre elas a história da arte e a estética. Trata-se de um texto de relevância para os profissionais envolvidos no campo da arte tais como críticos, curadores, historiadores de arte, artistas e todos aqueles que desejam refletir sobre a experiência artística em sua totalidade.

Palestras

A Invenção da não arte - Thierry de Duve

Agora, fora de moda, mas endêmica na crítica de arte da década de 1960, a expressão "não arte" geralmente se refere a obras de artista dadaístas ou Neo-Dada que, deliberadamente, se desviavam ou zombavam da aparência da arte. Alguns críticos ainda creditam a um único artista a paternidade da não arte, alegando que surgiu com a invenção do readymade de Marcel Duchamp.  Thierry de Duve argumenta que isso é uma ilusão de ótica resultante da confusão entre autor e mensageiro. O autor defende então que a não arte é, na verdade, um efeito colateral do sistema francês do Salão de Belas Artes do século 19, uma consequência involuntária da estrutura binária do juízo estético.

Todas as Guerras Nascem Em Um Monte/ All Wars Begin On A Hill - Lisa Blass

Em seu trabalho, Lisa Blas se engaja em modos de paisagem, retrato e natureza morta para examinar a história social e política, passado e presente. Através de material encontrado na fotografia do século XIX, arquivamento textos e  footage de documentários, ela constrói as imagens e instalações que nos levam para o meio Atlântico e ao sul através de restos da Guerra Civil Americana, norte da França, por volta da I Guerra Mundial e pós-1950 em Los Angeles, em meio ao desenvolvimento urbano. Essas paisagens são conectadas através do tempo que ela viveu e trabalhou, além de servir como fontes interessantes de pesquisa que estão estranhamente entrelaçadas.

Seja na colagem, pintura e fotografia, cada projeto começa com o estudo de um determinado site e/ou momento da história. Através destas formas, Lisa Blas está interessada em se dirigir ao espectador através de noções de recordação, revisão e deja-vu. Cada lugar é tanto achados e perdidos como um local potencial de renovação em nossa compreensão da história e sua relação com a experiência contemporânea.

A iniciativa é uma parceria do MARGS e da Editora Argos da Unochapecó, com apoio do Santander Cultural e AAMARGS (Associação dos Amigos do Museu de Arte do RS).  Informações no telefone 3225-7551.

 

 

                                                                                                                                            Serviço: 

Quando: 19 de março de 2013

Que horas: 16h30 - palestra de Lisa Blass - Todas as Guerras Nascem em um Monte (All Wars Begin On a Hill); e às 18h30, palestra do autor - A Invenção da Não-Arte e lançamento do livro.

Onde: 2º andar da Sala Multiusos do Santander Cultural (Rua Sete de Setembro, 1028, Centro Histórico de Porto Alegre).

Quanto: R$ 39,00 (R$ 37,00 no lançamento)

Acentos limitados por ordem de chegada

Contato: No telefone 51 3225-7551

 

 

Texto: Cláudia Antunes

Edição: Asscom Sedac