Semana da Cultura Riograndense em Açores é anunciada na abertura da Feira do Livro
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Os Jacarandás já floriram, as tradicionais bancas estão montadas há dias. Mas é só quando toca a sineta que a Feira do Livro realmente começa. O som tomou conta da Praça da Alfândega na noite desta sexta-feira (28), depois da abertura oficial no Teatro Carlos Urbim.
A cerimônia foi cheia de emoção. O Coral de estudantes da Escola Estadual Carlos Bina, de Gravataí/RS, cantou o Hino dos Açores, o Brasileiro e o do Rio Grande do Sul. Aliás, música e poesia não faltaram. Não houve discurso que não tivesse um tom poético.
O Presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro disse que esse não é um tempo de ficarmos sentados, apenas esperando soluções. Ao contrário: segundo Marco Cena, mais do que nunca, é hora de arregaçar as mangas: "Nao adianta apontar dedo e fazer acusações. Muito melhor é estender o polegar e pedir carona. Essa é uma Feira da superação. Deixemos de lado a crise, o radicalismo, a solidão. Essa é a Feira da esperança", completou.
O patrono de 2015, Dilan Camargo passou o posto para a escritora Cintia Moscovich. Ela tomou posse da simbólica chave e falou em tom emocionado: "Nao sou mais do que uma guriazinha do Bom Fim, com coração espremido, que ainda não sabe se eh digna de tamanha honraria. Vocês me fizerem voltar a crer no meu ofício".
Mas além de belas palavras sobre a Feira e a Literatura, um outro tema esteve presente nas falas: a homenagem aos Açores, que dá o tom à Feira do Livro deste ano. O arquipélago é um território autônomo da República Portuguesa e tem forte relação com Porto Alegre, já que o povoamento da capital gaúcha começou em 1752 com a chegada de 60 casais açorianos, trazidos por meio do Tratado de Madri.
O Diretor Regional das Comunidades da Presidência dos Açores agradeceu a honraria e ressaltou a forte ligação do Rio Grande do Sul com o arquipélago: "Porto Alegre deveria ser "Porto Alegre e Simpática". Mas o nome ficaria muito grande! Somos muito bem recebidos aqui, somos irmãos", garantiu Paulo Teves.
E foi justo depois dessa fala, que o Secretário de Estado da Cultura, Victor Hugo, deu uma boa notícia: "Estou determinando um novo edital do FAC, o Fundo de Apoio à Cultura, no valor de R$250 mil. A partir dele será feita uma seleção para, em setembro do ano que vem, estarmos lá realizando a Semana da Cultura Riograndense em Açores.
A 62ª Feira do Livro de Porto Alegre conta com extensa programação em homenagem a Açores e aos açorianos, entre seminários, debates, apresentações e oficinas. O público poderá conhecer mais a fundo o trabalho de escritores como Vasco Pereira da Costa, Madalena San-Bento, Eduíno de Jesus, entre outros.
Neste ano, o evento conta com área total de 10 mil m², sendo 6 mil m² de área coberta. São 93 bancas de venda de livros na Área Geral, 12 na Área Infantil e 6 na Área Internacional – movida para o interior do primeiro andar do Memorial do Rio Grande do Sul, a fim de aproveitar as estruturas permanentes existentes na Praça da Alfândega. O prédio histórico acolhe também alguns espaços da Área Infantil, como a Biblioteca Moacyr Scliar e a Bebeteca, além da Estação da Acessibilidade – que oferece, entre outros serviços, passeios guiados para cegos e surdocegos, tradução em libras, programação da Feira em braille e empréstimo de cadeiras de rodas.
A 62ª Feira do Livro de Porto Alegre ocorre de 28 de outubro a 15 de novembro na Praça da Alfândega, Centro Histórico da capital gaúcha.