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Relógio do Memorial do Rio Grande do Sul volta a funcionar

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O conserto foi feito voluntariamente pelo engenheiro Clark Dipp

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Quando a Praça da Alfândega era ponto de embarque nos bondes puxados a burro e a Rua da Praia principal local do footing das donzelas da cidade, o tempo era marcado pelo grande relógio existente na torre do prédio projetado pelo arquiteto alemão Theo Wiedersphan e construído entre os anos de 1910 e 1914, que hoje abriga o Memorial do Rio Grande do Sul.

Os anos correram e o velho relógio marcou hora por hora a transformação do centro da Capital. Era por ele que os homens acertavam seus ômegas de bolso e os jornalistas do Correio do Povo e Diário de Notícias contavam os segundos para jogar conversa fora na Rua da Praia e partir para a tradicional “canja da madrugada” nos restaurantes do Mercado Público.

Segundo a diretora do Memorial, Maria Helena Nunes, “quando o prédio foi construído, pouquíssimas pessoas usavam relógio e os trabalhadores do cais, dos Correios e outros frequentadores do centro da cidade tinham o ‘cebolão’ como referência. Ninguém se atrasava. O Memorial do Rio Grande do Sul foi o primeiro prédio público a ostentar um relógio”.

O historiador Fábio Sosa lembra que, nos últimos dois anos, o relógio se manteve parado por falta de manutenção especializada. Neste mesmo período, o engenheiro Clarck Dipp vem, voluntariamente, fazendo tanto a manutenção como a pesquisa sobre o objeto. “Atualmente, Dipp está realizando a troca do sistema elétrico que aciona o peso que mantém a máquina em funcionamento”, explica Soza.

Além disso, o engenheiro busca o ajuste perfeito, regulando o peso do pendulo: liga-se o relógio na hora certa e, passados alguns dias, verifica-se o atraso ou o adianto. Preso por uma rosca, o peso do pêndulo deve ser “encurtado” para reduzir o atraso, e “alongado”’ para resolver o adianto.

Este processo pode levar dias ou até mesmo semanas até conseguir-se o ajuste perfeito. “É um trabalho de esmero e dedicação realizado por Clarck Dipp, um conhecedor e aficionado por essas máquinas”, destaca Maria Helena Nunes.

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Sobre o relógio - Uma coluna alta de ferro sustenta o conjunto, formado por algumas engrenagens, o pesado e comprido pêndulo e quatro hastes, de pouco mais de três metros, que fazem os ponteiros girarem nos quatro mostradores – um em cada face do edifício.

No pêndulo estão gravadas as letras J, W, F, a sigla do fabricante alemão. É nesta peça que está parte do segredo que faz o aparelho funcionar. É assim: outra peça, chamada âncora, une-se a uma roda dentada. Esse conjunto entra em ação a partir de um pequeno motor que, de hora em hora, aciona um peso de ferro que põe toda a engrenagem em movimento. A roda passa a girar, e cada espaço entre um dente e outro corresponde a um segundo. O pêndulo é responsável por manter o impulso constante, que se transmite às hastes e aos ponteiros.

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