No 11º Concerto Oficial da Temporada 2012, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre recebe o pianista Guigla Katsarava. Nascido na Geórgia, região do Cáucaso, ele estudou na Rússia, na Alemanha e na França, tem se apresentado nas principais salas de concerto do mundo e participado de festivais importantes da música de concerto. Para lhe receber, a Ospa está preparando um repertório inteiramente voltado aos compositores russos. E a regência ficará a cargo do japonês Kiyotaka Teraoka, maestro da Orquestra Sinfônica de Osaka, que já está familiarizado com a orquestra porto-alegrense: é a décima vez que sobe ao palco com ela. A apresentação será no dia 17 de julho, terça-feira, às 20h30, no Salão de Atos da Ufrgs.

O programa inicia com o Concerto para piano n° 4, de Sergei Rachmaninoff (1873-1943). A obra foi estreada em março de 1927, pela Philadelphia Orchestra, tendo o próprio compositor como solista, sob regência de Leopold Stokowski. A recepção da crítica foi a pior desde a primeira apresentação da Sinfonia nº 1 do compositor, em 1897, que, como se sabe, não foi compreendida pelos críticos de então. A relativa modernidade do quarto concerto, em relação a seus predecessores, vinha de uma mudança de atitude composicional de Rachamninoff. Além disso, a peça foi escrita depois dele tomar contato com o jazz: esteve na estreia da Rhapsody in Blue, de George Gershwin, em 1924, e, a partir desta data conta-se que presenteava a filha com as novas gravações da orquestra de Paul Whiteman. Daí a influência jazzística que muitos percebem no Concerto para piano nº 4.

A apresentação segue com a Abertura Festiva, de Dmitri Shostakovich (1906-1975). A obra foi criada em 1954, sob encomenda do maestro Vassili Nebolsin, da Orquestra do Teatro Bolshoi, para celebrar o aniversário da Revolução de Outubro de 1917. Shostakovich teve três dias para escrevê-la. O épico e o heróico, presentes em muitos momentos das sinfonias do compositor, pela orquestração e pela temática, predominam nesta grandiosa abertura, que é uma obra-prima no gênero, de difícil execução para qualquer orquestra.

Por fim, a Ospa vai interpretar a Suíte Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky (1882-1971). A peça foi uma encomenda de Serge Diaghilev para os Ballets Russes. Estreou em 25 de junho de 1910, em Paris. O enredo foi baseado em um conto popular russo. Na obra, evidencia-se a marca pessoal de orquestração do compositor, bem como a politonalidade e a preocupação com o timbre. Com ela, também, Stravinsky descobre uma predileção: a composição de música para balé. A colaboração com Diaghilev torna-se intensa durante muitos anos. A versão que será apresentada no 11º Concerto Oficial é a suíte de concerto, uma partitura escrita para um conjunto menor, que Stravinsky publicou em 1919.

Os ingressos para o concerto custam R$ 20,00 e estarão à venda a partir de segunda-feira (16 de julho), das 11h às 18h, e na terça-feira (das 11h até o horário do espetáculo), na bilheteria do Salão de Atos da Ufrgs (Av. Paulo Gama, 110). Estudantes, maiores de 60 anos e sócios do Clube do Assinante ZH têm 50% de desconto.

Guigla Katsarava - pianista

 

 

Nascido em Tbilissi, capital da Geórgia, na região do Cáucaso, o pianista Guigla Katsarava estudou no Conservatório Tchaikovsky, em Moscou, na Rússia, e no Conservatório Franz Liszt, em Weimar, na Alemanha. Concluiu sua pós-graduação no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris. Guigla está alinhado com a tradicional escola russa de pianistas, mesmo conservando uma personalidade musical única. Tem dado recitais, apresentado-se em formações de câmara e com orquestras em países de toda a Europa, assim como na ex-União Soviética, nos Estados Unidos, no Brasil e em países do Oriente Médio. Já tocou em salas importantes como o Jerusalem Music Centre e a Cité dela Musique. Interessado em música contemporânea, tem estreado peças de compositores como Henry Nafilyan, Kirill Zaborov e Françoise Choveaux. Guigla também é reconhecido como professor. Leciona na Escola Normal de Música Alfred Cortot, em Paris, há vários anos, e também passa seus ensinamentos em outras diversas instituições da França e do mundo.

Kiyotaka Teraoka - maestro

Atual maestro da Orquestra Sinfônica de Osaka, Kiyotaka Teraoka começou sua formação ao piano com sete anos de idade. Graduado em Recursos Humanos na Universidade de Waseda em Tóquio, estudou contrabaixo no Toho Gauken Music Academy, também em Tóquio. Pouco tempo depois, começou a ter aulas de regência na Vienna Music Academy, onde foi aluno de Karl Österreicher e Uros Lajovic. Em 1995, foi selecionado para participar da Accademia Musicale Chigiana, em Siena, onde estudou por muito tempo com Myung-Whung Chung, Yurij Temirkanov, Ilija Musin e Gianluigi Gelmetti. Em 1997, foi escolhido como o melhor dos 37 participantes no curso e passou a trabalhar como assistente de Gianluigi Gelmetti, em Munique (Munich Philharmonic), Londres (Covent Garden) e Roma (Santa Cecília). Em 2000, foi vencedor do Concurso Internacional de Regência de Dimitri Mitropolos, em Atenas, na Grécia. A partir de então, tem regido orquestras de diversos países, como a Filarmônica de São Petersburgo, a Orquestra da Câmara de Moscou, a Orquestra do TeatroLa Fenicede Veneza, a Orquestra di Roma e del Lazio e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

 

A Ospa é uma das fundações vinculadas à Secretaria de Estado da Cultura. Os concertos da Temporada 2012 são patrocinados pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Vonpar, Ipiranga, Gerdau, Souza Cruz e Brasília Guaíba. A realização é da Ospa, Fundação Cultural Pablo Komlós e Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

 

Serviço:

O que: 11º Concerto Oficial da Ospa

Quando: Terça-feira, dia 17 de julho, às 20h30

Onde: Salão de Atos da Ufrgs - Av. Paulo Gama, 110

 

Texto: Ana Laura Freitas

Edição: Asscom Sedac