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Ieavi apresenta a exposição Lojas Africanas: territórios de afeto

Exposição pretende valorizar e dar visibilidade aos artistas visuais afro-gaúchos

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Sem título Jose Salvador
O objetivo da exposição é tornar pública a existência de artistas visuais afro-gaúchos - Foto: José Salvador

A partir da próxima quinta-feira (18/11), o Instituto Estadual de Artes Visuais (Ieavi), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), recebe a mostra Lojas Africanas: territórios de afeto, na Galeria Augusto Meyer, 3º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). A exposição, proposta por Leandro Machado, é de artistas visuais afro-gaúchos escolhidos em cinco cidades representativas - Porto Alegre, Osório, Pelotas, Rio Grande, Novo Hamburgo -, nas quais foram realizados encontros e rodas de conversas a fim de analisar portfólios coletivamente. A visita também poderá ser feita virtualmente, pelo site: https://lojasafricanasarte.wixsite.com. A exposição fará parte da programação da Sedac alusiva à Semana da Consciência Negra.

Com uma premissa artística materializada durante encontros de serigrafia ministrados pela professora Nilza Haertel, no Instituto de Artes da UFRGS, em 2005, o conceito para o projeto Lojas Africanas foi retomado por Leandro com o objetivo de aproximar, conhecer e fomentar encontros nos quais novas produções possam surgir, listar e tornar pública a existência de artistas visuais afro-gaúchos que, em geral, habitam as periferias das cidades. O ato de descentralizar também aparece na perspectiva de colocar-se em relação com indivíduos de áreas da Região Sul/Pampa, distantes da Capital e muitas vezes igualmente distantes dos equipamentos culturais (museus, casas de cultura, ateliers, galerias de arte). Do mesmo modo, deseja-se a aproximação dos que já vivem nesses espaços.

 Para a diretora do Ieavi, Adrina Boff, a relevância da realização desta proposta está no fato de que os afrodescendentes desejam ser os contadores da sua história, dando versão própria frente aos acontecimentos e preenchendo as lacunas que seguem abertas - também no sistema das artes - em número considerável. "Entendemos que é também sob a ótica desses artistas que começa o processo de desconstrução dos mecanismos e das práticas que são promotores da exclusão, da invisibilidade e do apagamento de trajetórias, dificultando a possível formação de um pensamento coletivo e colaborativo, de apoio mútuo; um lugar e um tempo onde se possa compartilhar frustrações, preocupações, estratégias e conquistas", complementa Adriana.

 

Este projeto está sendo realizado com recursos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio do Pró-cultura RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura.

Cidades representativas 

Novo Hamburgo: Cidade escolhida pela relação afetiva construída com o artista Carlos Alberto de Oliveira (o Carlão) e com seus filhos; e pela exposição realizada no Memorial Carlos Alberto de Oliveira, a convite da Direção da Escola Municipal de Arte Carlos Alberto de Oliveira, em 2019.

Osório: Selecionada pelo legado e presença de inúmeras comunidades quilombolas como as de Limoeiro e Morro Alto; pelas atividades do grupo Maçambique de Osório; pela relação afetuosa construída com o professor Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Junior; e por ter participado nas atividades do Novembro Negro Litoral 2019, promovidas pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas - NEABI, IFRS Campus Osório.

Pelotas: Pela herança histórica de resistência ancestral e a forte presença da cultura afro-gaúcha nesta região; pela participação em 2019 no VIII SPMAV - Seminário de Pesquisa do Mestrado em Artes Visuais - PPGAVI / UFPel, Centro de Artes / UFPel, como palestrante, a convite da professora Rosângela Fachel; e pela relação afetuosa construída com o cantor/compositor/percussionista/ativista cultural Gilberto Amaro do Nascimento (o Giba Giba), Dona Sirlei Amaro (Griô) e o pintor José Darci Gonçalves.

Rio Grande: Pela relação construída através das inúmeras idas à Universidade Federal do Rio Grande - FURG, a convite da professora/artista Claudia Paim e do professor/artista Marcelo Gobatto, do Instituto de Letras e Artes, na condição de artista/palestrante/performer nas edições do Ruído Gesto – Ação & Performance 2013 / 2014 / 2015; no Espaço de Expressão, do Curso de Psicologia, a convite da professora Rita Maciazecki; no PHOTOfluxo 2019 (promovido pelo Centro de Produção, Promoção e Formação em Arte e Cultura - ArtEstação), a convite da professora/artista/produtora cultural Célia Maria Pereira; e nas atividades do Novembro Negro, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas - NEABI, juntamente aos estudantes do Coletivo Quilombola e Coletivo Macanudos de Estudantes Negros e Negras de Rio Grande.

Porto Alegre: Por ser o lugar onde Leandro Machado nasceu, mora e trabalha; pela marcante história e presença da população negra tanto nas áreas centrais como em muitos dos bairros e vilas - essa mesma população e essa mesma cidade, diante da chegada do mais recente fluxo de imigrantes vindos do continente africano, em alguma medida, são chamados a pensar/fazer/experimentar rearranjos, negociações, revisões, atualizações, desacomodações, trocas, parcerias com relação aos aspectos da vida cotidiana real/simbólica; a existência do Museu de Percurso do Negro, no qual em duas oportunidades Leandro integrou o grupo de artistas dedicados a pensar os projetos para os marcos do Museu (o Tambor, em 2010 e o Bará do Mercado, em 2013); pela presença de quilombos urbanos como os da Família Silva, da Família Fidelix, do Areal, dos Alpes; além dos inúmeros indivíduos e grupos de importante atuação, como por exemplo, o Afro-sul Odomodê, a Sociedade Beneficente e Cultural Floresta Aurora, o Cecune, o Grupo Caixa Preta de Teatro, a banda Produto Nacional, o Sopapo Poético, o Grupo de Teatro Pretagô, os Afroentes, Pâmela Amaro, Negra Jaque, Mariette Fialho, Sirmar Antunes, Mestre Borel, Mestre Paraquedas, Oliveira Silveira, entre outros.

Serviço

Exposição “Lojas Africanas: territórios de afeto”

Abertura: 18 de novembro

Horário: das 10h às 18h

Local: Instituto Estadual de Artes Visuais - Ieavi - Galeria Augusto Meyer, no 3º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) - Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico - Porto Alegre/RS e pelo site https://lojasafricanasarte.wixsite.com

Visitação: de 19 de novembro de 2021 a 09 de janeiro de 2022. De Segunda-feira a domingo, das 10h às 18h.

 

 

 

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