MAC RS comemora 20 anos com exposição no Santander Cultural Porto Alegre
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A mostra O Triunfo do Contemporâneo - 20 Anos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul é uma realização conjunta do MAC-RS com o Santander Cultural. De 7 de março a 22 de abril, 150 obras de 65 artistas da coleção do museu cobrem o grande hall e as galerias térreas numa iniciativa que comemora a trajetória da instituição.O curador da exposição é Gaudêncio Fidelis, fundador e primeiro diretor do MAC - RS.
A proposta curatoria de O Triunfo do Contemporâneo utiliza estratégias para constituir novas possibilidades de leitura, recepção, interpretação e associações contextuais que mostram de maneira criativa o potencial dos artistas representados na coleção.
Entre as obras selecionadas do acervo do MAC,destacam-se os trabalhos dos artistas: Britto Velho, Carlos Fajardo, Daniel Escobar, Dudi Maia Rosa, Eduardo Haesbaert, Gilda Vogt, Iole de Freitas, Leopoldo Plentz, Lia Menna Barreto, Cibele Vieira, Karin Lambrecht, Fernando Lindote, Marina Camargo, Pablo Lobato, Romanita Disconzi, Tânia Resmini, Sandro Ka, Yuri Firmeza, Mário Röhnelt, Milton Kurtz e Nuno Ramos.
Gaudêncio Fidelis, salienta que “o título faz uma alusão ao domínio da atualidade sobre o terreno da arte e da cultura e sua capacidade de mobilizar sentimentos de inclusão, cosmopolitismo, barreiras culturais, liberdade de expressão e solução de problemas de tradução cultural, que, se postos em contraposição a uma perspectiva historicista, podem propiciar significativas fontes de aprendizado e experiência do mundo”.
O Triunfo do Contemporâneo adota uma estrutura não-cronológica de exibição baseada em um ‘método labiríntico’ de curadoria que privilegia a justaposição entre obras, ao invés de uma disposição linear e cronológica. A exposição traz diferentes procedimentos curatoriais, tais como abdicação da hierarquia entre obras, teor inclusivo e mecanismos museográficos.
André Venzon, diretor do MAC-RS, destaca que “o Santander Cultural renova a oportunidade de olhar, sentir e pensar o Museu, cedendo um lugar de destaque à arte contemporânea brasileira, que é expressivamente representada no Sul do Brasil e agora se conecta a outras regiões do nosso país. O diretor informa que já encaminhou projeto com vistas à futura sede do MAC-RS, pois a atual gestão acredita que só é possível uma sociedade desenvolvida em que a arte contemporânea tenha o seu lugar”.
Já Carlos Trevi, Coordenador Geral das Unidades Culturais do Santander, salienta que “um dos objetivos que o banco alcança com esta iniciativa é a valorização do patrimônio gaúcho. Por meio de diferentes referências, estágios e vertentes, é hora de virar os holofotes para osmuseus e para produção artística brasileira contemporânea”.
Como todas as exposições do Santander Cultural, O Triunfo do Contemporâneo - 20 Anos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul será acompanhada por um programa de ação educativa e atividades simultâneas.
A iniciativa tem o patrocínio do Ministério da Cultura e Santander, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A realização da mostra é do Santander Cultural em parceria com o MAC.
Fundamentação teórica
Fundado em 18 de março de 1992, o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MAC- RS (Rua dos Andradas, 736 - 6° andar da Casa de Cultura Mario Quintana), completa 20 anos em 2012. Com uma trajetória pioneira de exposições de forte impacto na opinião pública, o MAC-RS trouxe à visibilidade a obra de artistas contemporâneos em um contexto ainda provinciano do início dos anos de 1990 no Rio Grande do Sul.
O MAC colaborou para formar um contexto que possibilitou a consolidação de um terreno fértil para que várias iniciativas tais como a Bienal do Mercosul, a Fundação Iberê Camargo, a Fundação Vera Chaves Barcelos e o próprio Santander Cultural. Algumas de suas pioneiras exposições introduziram pela primeira vez no contexto local um grau significativo de profissionalização através de procedimentos curatoriais em exposições que hoje se mostram historicamente relevantes tais como O Corpo e Obra (1992), Desenho Sul Contemporâneo (1992), 360° Graus de Pintura Agora (1992), O Espírito Pop (1993), A Matéria do Desenho (1993), Dilemas da Matéria (2000), Associações Livres -Ler é Acreditar (2007), A Medida do Gesto (2011), entre dezenas de outras.
Ao longo destes anos o museu consolidou um considerável grau de estima junto à comunidade artística local e nacional e sua presença no imaginário social é bastante forte para um museu ainda jovem. Seu acervo possui obras representativas de artistas de prestígio nacional e internacional como Carlos Fajardo, Dudi Maia Rosa, Iole de Freitas, Karin Lambrecht, Nuno Ramos, Vera Chaves, entre outros.
Estratégia conceitual da exposição
Um dos mais significativos aspectos desta exposição está assentado em sua estratégia de exibição que pretende ultrapassar vários limites que se consolidaram como convencionais na exibição de arte contemporânea nos últimos anos: a utilização do espaço asséptico do cubo branco (sem nada que represente a interferência externa), a insistente reconstituição do contexto (que apesar de necessária em determinado momento histórico já parece chegado a um esgotamento), a exibição de obras enfatizando a individualidade dos artistas, ao invés do potencial artístico de obras e a relação com seus pares (privilegiando a noção da representação de individualidades artísticas ao invés da força artística individual do objeto artístico), entre outras.
A estratégia de exibição de O Triunfo do Contemporâneo está fundamentada no conceito de dissolução e rompimento do espaço de exposições privilegiado da modernidade, o chamado cubo branco, e no potencial (e no sucesso) da produção contemporânea em ultrapassar todos os limites conceituais, políticos e ideológicos determinados pelo aparato institucional de exposições. Ao mesmo tempo as estratégias de exposições utilizadas serão voltadas para deslocar as obras de seu contexto original, ampliando ao mesmo tempo seu potencial de significado, assim como sua dimensão estética e conceitual.
Assim, esta não é uma exposição fundamentada de individualidades, mas em obras, onde o que este em questão é a história individual destas obras, sua potencialidade estética e conceitual e seu caráter material, cujas implicações avançam para além de determinados aspectos formais e conceituais como aquele da própria intenção artística. Cada obra nesta exposição é tratada como um “aparelho” de produção de significados, cujo potencial artístico pode ser explorado em inúmeras direções, expandindo o contexto e significado mais elementar com a qual foram fundadas.
O visitante deve esperar da exposição novas situações de amostragem destas obras, que parecerão algumas vezes estranhas ao seu próprio contexto, mas que buscam mostrar que, em última análise, a produção contemporânea “triunfa” em relação ao contexto, e que o contemporâneo como uma categoria não somente artística, mas cultural, representa uma das mais significativas forças atuais para a geração de conhecimento original. Além disso o contemporâneo como categoria histórica é fundamental para a transformação de hierarquias canônicas que fundamentam a estrutura epistemológica da história da arte e desafiam os hábitos e vícios adquiridos do olhar.
Sobre o curador
Gaudêncio Fidelis é curador e historiador de arte especializado em arte moderna e contemporânea brasileira e latino americana. Mestre em Arte pela New York University (NYU) e Doutor em História da Arte pela State University of New York (SUNY). Foi fundador e primeiro diretor do Museu de Arte Contemporânea do RS. Realizou a curadoria de inúmeras exposições e vem publicando extensivamente sobre arte contemporânea. Em 2005 foi Curador-Adjunto da Bienal do Mercosul. Atualmente é diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul.
SERVIÇO
O Triunfo do Contemporâneo20 Anos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul
De 7 de março a22 de abril de 2012
Santander CulturalRua Sete de Setembro, 1028 Centro Histórico
Porto Alegre RS Brasil 90010-191
Telefone: 51 3287.5500
www.santandercultural.com.brterças a sextas, das 10h00 às 19h00 sábados , domingos e feriados, das 11h00 às 19h00
Curadoria Gaudêncio FidelisProdução Imago Escritório de Arte LtdaRealização Santander CulturalPatrocínio Santander