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ESPECIAL: Biblioteca como fator de coesão social

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Jéferson Assumção integrou a mesa Leitura, Cultural Digital e seus diversos Suportes

O Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe (CERLALC) realizou nos dias 20 e 21 de setembro o projeto Mesa de Leitura: ler e escrever hoje, em Bogotá, na Colômbia. A Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul participou representada pelo secretário Adjunto Jéferson Assumção, único representante de um órgão governamental, que integrou a mesa Leitura, Cultural Digital e seus diversos Suportes.

Reunido com especialistas de vários países latino-americanos e da Espanha, Assumção tratou das principais questões que atingem o desenvolvimento do livro e da leitura na região, com foco na cultura digital, tema recorrente devido aos seus impactos no hábito da leitura.

“Durante dois dias trabalhamos num manifesto sobre a leitura, que esperamos ser um material que vá orientar as políticas de livro e leitura nos países da América Latina e Caribe”, ressalta Assumção, que cita ainda os pontos abordados no manifesto: “A centralidade da biblioteca, a necessidade de desenvolver bibliotecas vivas, mediadores de leitura, bibliotecas com atividades culturais, que promovam a cultura da leitura, junto à cultura digital e audiovisual. O papel dos pais e professores leitores, importantíssimos dentro da escola e família. A questão dos índices de leitura ligados ao desenvolvimento social. Indicadores de desenvolvimento da leitura, como se mede, não apenas pela venda e consumo de livros, mas a relação com a leitura”.

Durante os dois dias de visita à Colômbia, Assumção pode conferir de perto o trabalho desenvolvido em Bogotá e Medellín, que possuem sistemas de bibliotecas referência no continente. As bibliotecas estão geralmente em lugares carentes, como no meio de favelas. Sobre as redes construídas em ambas as cidades, o secretário dá ênfase à importância delas: “Nesses dois lugares a biblioteca é vista como principal equipamento de segurança pública. O núcleo da segurança é a biblioteca, pois ampliando horizontes, os repertórios, faz com que se tenha uma cultura de paz, que é algo importantíssimo no caso da Colômbia. Trabalham muito fortemente a biblioteca como um fator de coesão social, de ampliação da cidadania cultural”.

As bibliotecas estão geralmente em lugares carentes
As bibliotecas estão geralmente em lugares carentes

Quanto ao manifesto trabalhado durante o evento, a expectativa é que chegue a todos os governos sul-americanos e caribenhos: “Quanto mais tivermos a massificação dessa informação, mais os sistemas nacionais, estaduais, municipais de bibliotecas poderão pensar como é que se desenvolve adequadamente uma política de leitura local, estadual e nacional”.

Nos dias 26 e 27 de outubro, será realizado o seminário Biblioteca Viva RS na Feira do Livro de Porto Alegre. Especialistas de sistemas de bibliotecas da França, Colômbia, Argentina, Rio de Janeiro e São Paulo participarão do evento. “A intenção é modernizar as bibliotecas do Estado, mas não apenas isso, transformá-las em centros culturais, a exemplo do que existe na Colômbia”, fala Assumção, que completa: “É importante este intercâmbio, aprender o que está acontecendo em outros lugares, trazer para o estado bons exemplos, fazer com que aqui a gente possa ter os avanços que já ocorrem há dez anos na Colômbia. É um elemento fundamental para o desenvolvimento cultural do estado, redes de bibliotecas vivas, cada vez mais ativas”.

 

Texto: Douglas Roehrs

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