Natural da cidade gaúcha de  Cruz Alta, o Secretário de Turismo do Rio Grande do Sul  foi dirigente da UNE e do PCdoB/RS.

Antes de ocupar o cargo de adjunto na  Setur, onde coordenou os projetos estratégicos junto à Sala de Gestão do Governo do Estado, foi secretário extraordinário da Copa do Mundo, na cidade de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre no período de 2009 a 2010.

A sua escolha para substituir Abgail Pereira, que deixou o cargo para concorrer a deputada estadual, reforça uma diretriz que parece enraizada na atual gestão da secretaria de que o planejamento estratégico é o caminho para o sucesso.

Nesta entrevista ao demalaecuia.net  o novo secretário fala sobre  os desafios da pasta e a continuidade do trabalho.

 O caminho é esse, através do Planejamento Estratégico?

Nossa gestão se caracteriza pelo planejamento, mas também pela execução de projetos. Uma prova disso, foi a elaboração do Plano Diretor do Turismo do Rio Grande do Sul, a aprovação por unanimidade da Lei Estadual do Turismo e a criação da marca turística do RS. Essas ações, entre outras, já se concretizaram e deram ao Estado um novo status para o setor. No entanto, ainda temos muitas entregas à sociedade gaúcha. Nosso programa de governo permanece e, até o final deste ano, daremos continuidade ao que ainda não concluímos. Lançamos o Observatório do Turismo, que precisa tomar forma e cumprir seu papel. Criamos o Comitê MICE, que necessita da colaboração de todos os integrantes para colocar o Rio Grande do Sul em um outro patamar na captação de eventos. Temos os Centros de Atenção ao Turista (CATs) que começam a sair do papel. Além de tudo isso, vamos dar continuidade a um projeto extremamente exitoso na Setur: o da aposta na qualificação profissional. Até novembro passado, foram oferecidas 8.896 vagas por meio de diferentes programas. Neste primeiro semestre de 2014, são mais quatro mil vagas pactuadas via Pronatec Copa na Empresa, que oferece cursos de idiomas, além de formar novos sommeliers, garçons e camareiros, entre muitos profissionais. Ainda desenvolvemos o Parada Tri Legal e  o Tchê Qualifica.

 Como o Estado pode passar de indutor para facilitador do desenvolvimento turístico?

Qualificação entre as metas

Nosso discurso sempre foi o de que quem faz o turismo é a iniciativa privada e que cabe ao Estado ser um indutor para o desenvolvimento, dando condições para que os empreendedores sintam confiança no governo a ponto de desejarem investir no Rio Grande do Sul. E procuramos fazer isso ao agregar forças, ao nos unirmos ao trade e percebermos as necessidades do setor. Buscamos captar recursos em nível estadual e federal para colocarmos nossos projetos em execução. Conseguimos fazer com que o Estado tivesse acesso, pela primeira vez em sua história, ao Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), o que renderá a captação de US$ 45 milhões para serem investidos no corredor turístico Porto Alegre – Serra Gaúcha. Outra ação onde fomos protagonistas foi fazer com que novos voos chegassem ao Estado, como o da TAP, que nos liga diretamente à Europa, o da BQB, que estabelece um roteiro com Montevidéu, e o da American Airlines, que faz com que os Estados Unidos estejam mais próximos. Acreditamos que, por meio do nosso trabalho coletivo, estamos cumprindo com o papel de indutores do desenvolvimento e também facilitando a tarefa de quem enxerga o Rio Grande do Sul como um grande destino assim como nós o percebemos.

Copa do mundo. Oportunidade ou bolha?

 Não há a menor dúvida que a Copa do Mundo é uma grande oportunidade para o Rio Grande do Sul. E já está se apresentando desta maneira antes mesmo de começar. A implantação de 45 novos hotéis, as inúmeras obras que melhorarão a infraestrutura do Estado são apenas alguns exemplos disso.Outro fator, e talvez o mais importante, pode ser comprovado por um estudo realizado pela empresa espanhola Foward Data, junto com a Pires & Associados no Brasil, que analisou as reservas aéreas para o Brasil durante a Copa do Mundo Fifa 2014. O levantamento indica que, em relação ao mesmo período de 2013, durante os dias de realização da Copa o número de turistas estrangeiros que chegarão ao país por via aérea serácinco vezes maior. A projeção indica que esta será uma Copa de muito sucesso. De acordo com o estudo, as 12 cidades sede da Copa – Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Natal, Manaus, Porto Alegre, Cuiabá e Curitiba – vão ter uma aumento significativo no número de visitantes durante a realização dos jogos.No caso específico de Porto Alegre, segundo o documento, há um crescimento de 909% em reservas internacionais emitidas para a Copa do Mundo, em sua maioria de visitantes dos EUA (17%), França (10%) e Argentina (11%). A maioria dos turistas ficará na cidade entre 14 e 21 noites, podendo fazer outras viagens domésticas no período. Cerca de 13% dos turistas vão visitar pelo menos mais uma cidade sede antes de chegar a Porto Alegre, a maioria irá visitar duas ou três cidades, preferencialmente Rio de janeiro, Salvador e Belo Horizonte. Ou seja, podemos afirmar que a Copa do Mundo já está trazendo inúmeros benefícios ao Estado. E a sua realização, entre os meses de junho e julho, só irá comprovar a nossa certeza.

Fonte: demalaecuia.net