Fazenda construída antes da abolição da escravatura será tombada pelo Governo do Estado
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O Secretário de Estado da Cultura, Victor Hugo, e a diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado (IPHAE), Miriam Sartori, assinam na próxima sexta-feira (18), o tombamento da Fazenda da Tafona, localizada em Porteira Sete, a 17 quilômetros de Cachoeira do Sul. Pertencente à sexta geração da Família Vieira da Cunha, o reconhecimento será um reforço na futura busca de incentivos e patrocínios para a restauração do imóvel construído antes da abolição da escravatura.
O casal Marco Aurélio de Castro Schntz e Marô Vieira da Cunha Silva, donos da Tafona, estão encaminhando um projeto de sustentabilidade e preservação da natureza e da memória do lugar, que está fechado para pintura e troca de vidros. A previsão é que seja aberta ao público a partir de maio de 2017, já com o projeto de extensão que vem sendo desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Maria, denominado “Fazenda Tafona: uma viagem ao mundo da memória do Rio Grande do Sul”.
Sobre a Fazenda Tafona
Com 58 hectares, as telhas que cobrem os 19 cômodos do imóvel foram moldadas nas coxas dos escravos. Não se sabe exatamente a idade da fazenda, mas segundo a família a casa começou a ser erguida em 1813.

O imóvel tem museu próprio, inserido no Sistema Estadual de Museus do Rio Grande do Sul, que ainda preserva o mobiliário, objetos do tempo da escravatura e documentos antigos.
De geração para geração
Gemina Vieira da Cunha, mãe de Marô, é tetraneta de José Vieira da Cunha, português que se radicou no Brasil e casou-se com a filha de Antônio Gomes de Campos, um dos primeiros povoadores de Cachoeira do Sul. Acredita-se que José tenha recebido a Estância São José (hoje Fazenda da Tafona) por dote, bens que antigamente o marido recebia da família da esposa quando casava.