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Arte como elemento fundamental da paz

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amos3Filmes que estimulam o diálogo e a construção da harmonia entre as comunidades palestina e israelense, falando sobre tolerância, respeito e solidariedade entre os povos do Oriente Médio. Esse é o tema da Mostra Cinema e Paz, que entre os dias 29 e 31 de outubro, recebe o cineasta Israelense Amos Gitai, na Casa de Cultura Mario Quintana.

Em três encontros com diferentes públicos, incluindo estudantes, intelectuais gaúchos e representantes de associações de Israel e Palestina, Gitai protagonizará debates e sessões comentadas de seus filmes, que difundem a temática da paz entre diferentes povos.

O projeto da Mostra Cinema e Paz começou a ser construído em 2012, durante a realização do Fórum Palestina Livre, em Porto Alegre. Na ocasião, o governador Tarso Genro reforçou o apreço às comunidades israelense e palestina, que convivem em harmonia no Rio Grande do Sul, e manifestou a colaboração permanente no debate para promover a paz negociada e justa na região, com a cessação completa das hostilidades.

O diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine-RS), Luiz Alberto Cassol, destaca que é fundamental para a Cinemateca Paulo Amorim receber e estar junto da produção da Mostra CINEMA E PAZ. “A presença do cineasta Amos Gitai é orgulho para todos que fizeram a história da Cinemateca e que sempre acreditaram no cinema e na arte como um elemento fundamental da paz", acrescenta.

Cinema e humanismo

Amos Gitai é o principal nome do cinema de seu país. Autor de mais de oitenta filmes em curta e longa-metragem entre 1972 e 2006, o israelense apresenta um lado humanista em suas obras. Documentários sobre coexistência, como em "O Dia do Perdão" (2000), que aborda a experiência da Guerra do Yom Kippur, vivida por Gitai em 1973, quando tropas egípcias e sírias invadiram Israel, destacam a importância do respeito às diferenças entre os povos.

Em “Ana Arábia” (2012), seu mais recente longa, sete personagens tem suas vidas abaladas pela chegada de uma jovem jornalista em uma comunidade isolada da realidade imobiliária das cidades circundantes, na fronteira Jaffa-Bat Yam. Esse encontro evoca antigos traumas, decepções e paixões do passado, mudando completamente a vida dos personagens.

Em recente entrevista ao Estadão, Amos falou sobre a vivência da sociedade na realidade atual do Oriente Médio, que é refletida na construção das suas obras, referindo-se em especial ao filme “Ana Arábia”: “Você vai a um hospital e pode ser atendido por um médico palestino. A convivência existe na prática, mas é sabotada por uma intolerância gerada pela ideologia. Onde encontramos de forma melhor essa sabedoria sobre o viver junto? Entre as pessoas mais simples. Foi o que quis retratar no meu filme”, comenta.

Gitai acredita que a paz é possível e reflete sua esperança na técnica escolhida para as filmagens de "Ana Arabia": "O plano sequência é uma espécie de mensagem política pela continuidade pelos esforços pela paz no Oriente Médio. Não deve haver interrupções”, conclui.

Programação da primeira fase da Mostra Cinema e Paz:

29/10 - Terça-feira

19h - Coquetel de abertura

20h - Sessão comentada de O DIA DO PERDÃO (Kippur, 2000, 123min), de Amos Gitai.

Local: Sala Paulo Amorim – entrada franca

30/10 - Quarta-feira

14h30 – KADOSH – LAÇOS SAGRADOS (Kadosh, 2000, 100min), de Amos Gitai.

Local: Sala Paulo Amorim – entrada franca

19h30 – Debate com intelectuais, comunidade artística e representantes de associações de Israel e Palestina, com a presença de Amos Gitai e do governador Tarso Genro

Local: Palácio Piratini – para convidados

31/10 - Quinta-feira

10h - Debate de Amos Gitai com estudantes de cinema

Exibição de KEDMA (Kedma, 2002, 100min), de Amos Gitai

Local: Sala Paulo Amorim

14h30 - Exibição de A BANDA (The Band´s Visit, 2000, 87min), de Eran Kolirin.

Local: Sala Paulo Amorim – entrada franca

16h30 - Exibição de KEDMA (Kedma, 2002, 100min), de Amos Gitai

Local: Sala Paulo Amorim - entrada franca

Sinopses dos Filmes:

O DIA DO PERDÃO (Kippur, 2000, 123min), de Amos Gitai. Em 6 de outubro de 1973, quando a Guerra do Yom Kippur é declarada, Amos Weinraud e seu amigo Ouzi Cantoni dirigem-se às colinas de Golam e juntam-se a uma unidade da força aérea israelense, ficando encarregados de um helicóptero. Sua missão é transportar mortos e feridos ou resgatar soldados perdidos em território inimigo. No dia 10 de outubro, 23º aniversário de Amos, o helicóptero é atingido por um míssil. Todos ficam feridos e os dias que se seguem são extremamente traumáticos.

KADOSH – LAÇOS SAGRADOS (Kadosh, 2000, 100min), de Amos Gitai. Meïr e Rivka são casados há dez anos e vivem em um bairro judeu ortodoxo de Jerusalém. Apaixonados um pelo outro, o casal não tem filhos. Para garantir a descendência, o rabi da comunidade propõe Meier a repudiar a esposa e se casar com outra..

KEDMA (Kedma, 2002, 100min), de Amos Gitai. Faltando sete dias para a criação do Estado de Israel, em maio de 1948, um navio com um grupo de refugiados que sobreviveram ao campo de concentração de Soah é recebido no novo território em clima de hostilidade. As tropas britânicas tentam impedir o desembarque e apenas uma parte da tripulação consegue sair, vivendo as primeiras experiências na Palestina. Cansados e famintos, os imigrantes têm de se juntar às Forças Armadas de Israel para lutar contra os árabes.

A BANDA (The Band´s Visit, 2000, 87min), de Eran Kolirin. Uma pequena banda da polícia egípcia chega a Israel com o objetivo de tocar na inauguração de um centro cultural árabe. Entretanto, devido à burocracia, eles são esquecidos no aeroporto. Tentam se deslocar por conta própria, o que faz com que cheguem a uma pequena cidade no meio do deserto.

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