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Boneca representando a Miss Universo Ieda Maria Vargas é o destaque feminino do acervo do MHF

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Ana Fagundes e Ieda Maria Vargas jpg 2
Encontro da diretora do Departamento de Artes e Economia Criativa da Sedac, Ana Fagundes, com Ieda Maria Vargas - Foto: Divulgação - Sedac
Por Silvia Martins | Ascom Sedac

O Museu Histórico Farroupilha (MHF), localizado em Piratini - instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), recebeu de volta ao seu acervo, na última semana, a boneca de  porcelana, representando a Miss Universo, Ieda Maria Vargas. A peça faz parte da coleção TcheVoni, e foi assinada por Ieda.

Boneca da Miss Universo Ieda Maria Vargas
Boneca de porcelana, em homenagem à Miss Universo Ieda Maria Vargas - Foto: Divulgação - MHF

A coleção TcheVoni, inaugurada em setembro de 2021, resgata fragmentos históricos da Revolução Farroupilha (1835-1845). O acervo, contendo a boneca, foi doado pelo colecionador Volnir Júnior dos Santos, mais conhecido como TcheVoni. São quase mil peças, entre livros, espadas, balas de canhão, documentos, moedas e itens comemorativos do período farroupilha e dentre os itens do acervo, encontra-se essa peça importante e diferenciada, a boneca de porcelana, representando a Miss Universo, Ieda Maria Vargas. Ela está em trajes típicos gaúchos, é de 1963 e não existem dados do fabricante.

A peça, que também foi doação do TcheVoni estava exposta no MHF mas foi levada, temporariamente, pelas mãos de Ana Fagundes, diretora do Departamento de Artes e Economia Criativa da Sedac, para receber a assinatura de Ieda Maria Vargas, retornando à instituição em 14 de junho. Além da boneca, Ieda assinou uma edição da revista Manchete, datada de 24 de novembro de 1963, na qual a Miss Universo é destaque de capa como a mais bela gaúcha do mundo. Na dedicatória Ieda escreveu: “Dedico minhas façanhas para toda a República Rio-Grandense". Tanto a boneca como a revista estão em exposição no Museu, com a assinatura e o autógrafo de Ieda.

Revista Manchete
Ieda assinou uma edição da revista Manchete, datada de 24 de novembro de 1963, na qual ela foi destaque de capa - Foto: Acervo MHF

Ana Fagundes considera que a boneca é mais uma relíquia cultural da República Rio-Grandense que retorna à sua primeira capital e que se torna patrimônio de todos os gaúchos. “Foi uma honra e uma satisfação conversar com a nossa Miss Ieda Maria Vargas, que hoje ainda representa a mulher gaúcha em toda a sua plenitude e maturidade”, conclui Ana.

TcheVoni relata que em 2001, costumava mandar e-mail para os antiquários com uma lista de objetos colecionáveis que o interessavam. Naquele momento ele estava realizando uma pesquisa sobre a origem do gaúcho, além da bombacha da Guerra do Paraguai, quando um antiquário retornou dizendo ter uma boneca de porcelana vestida de gaúcho. “Chamou minha atenção por ser uma boneca vestindo um chiripá (peça tradicional da indumentária gaúcha até meados do século XIX) e quando recebi as fotos, percebi que era ela, Ieda Maria Vargas, a gaúcha mais bonita do mundo, que minha avó e minha mãe exaltavam. Era a Miss Universo de 1963 vestida com a roupa étnica rio-grandense, uma exaltação dos pampas do estilista gaúcho Djalma Cunha dos Santos, do Alegrete. Essa boneca representa a preservação da identidade farrapa para as gerações futuras”, celebra TcheVoni.

Luíza Rodrigues e a arquiteta Maria Clara Bassin
Diretora Luíza Rodrigues com a arquiteta do Departamento de Memória e Patrimônio da Sedac, Maria Clara Bassin - Foto: Divulgação - MHF

 Luíza Rodrigues, diretora do MHF,  destaca que “dentre os itens comemorativos que fazem parte da coleção Tche Voni Farrapo, a boneca da Miss Universo Ieda Maria Vargas é muito importante, pois é  uma peça que abraça o feminino. Ter essa boneca em nosso acervo é a certeza de estarmos contando para os nossos visitantes a história dessa mulher ímpar, que em 1963, trouxe esse título para o nosso estado. A boneca tem a assinatura da modelo, o que traz mais identidade e valor patrimonial e histórico", explica Luíza. 

Sobre a Miss Universo Ieda Maria Vargas

Ieda Maria Vargas Athanásio nasceu em Porto Alegre, em 31 de dezembro de 1944. É uma mulher que representa a beleza brasileira com os títulos conquistados de Miss Brasil e Miss Universo 1963. Foi a primeira brasileira a receber o título, aos 18 anos, em Miami Beach, nos Estados Unidos.

Quando retornou ao Brasil, Ieda foi recebida por milhões de pessoas ao longo das ruas por onde desfilou em Brasília e foi recebida pelo presidente João Goulart. No Rio de Janeiro desfilou na Avenida Rio Branco, ovacionada com chuva de papel picado, o mesmo ocorrendo em Porto Alegre, sua cidade natal.

Em primeiro de agosto de 1964 Ieda encerrou seu reinado, coroando sua sucessora durante o Miss Universo daquele ano, a grega Corinna Tsopei. Viveu por alguns anos em Miami e casou-se em 1968 com José Carlos Athanázio, já falecido, com quem teve dois filhos.

Depois disso voltou para Porto Alegre e sem a intenção de seguir carreira artística, ela recolheu-se à privacidade em família, com pequenas participações em eventos nacionais e internacionais, para o qual, geralmente, é convidada de honra.

Ieda foi incluída entre os "20 Gaúchos que Marcaram o Século XX", ao lado de nomes como Mario Quintana, Elis Regina, João Goulart, Getúlio Vargas, Lya Luft e Erico Verissimo, em uma votação popular organizada pela rede de televisão RBS, com direito a um especial sobre suas vidas.

Atualmente, ela vive em Gramado (RS) desde 2009, ano em que ficou viúva.

Sobre TcheVoni

Volnir Júnior dos Santos, conhecido nas redes sociais como TcheVoni, gaúcho residente em Natal, capital do Rio Grande do Norte, doou ao MHF, um acervo que foi fruto de mais de 20 anos de colecionismo e do amor de seu criador pela história do RS. O resultado é uma rica coleção de livros e objetos históricos como espadas, balas de canhão, documentos, moedas e itens comemorativos do período Farroupilha. Em 2019, Volnir procurou o MHF para manifestar o desejo de doar as peças à instituição. Em outubro daquele ano, a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, e a então diretora do Museu Farroupilha, Francieli Domingues, viajaram a Natal para tornar esse desejo uma realidade.

TcheVoni é um gaúcho aficionado pela saga farroupilha, que doou materiais da mais alta cotação histórica: mais de mil peças, resultado de mais de 20 anos de colecionismo, para o MHF.

Sobre o MHF

Fundado em 1953 pelo Estado do Rio Grande do Sul, o Museu Histórico Farroupilha é considerado um pilar fundamental para construção da identidade gaúcha. Seu acervo é um dos principais narradores do episódio divisor de águas da história do Estado, a Guerra dos Farrapos, e a formação da República Rio-Grandense. Configura-se em uma matriz para pesquisas de valor histórico e científico e em equipamento cultural e turístico de Piratini.

Endereço

Rua Coronel Pedroso, 77 -  Piratini

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